Chuva amada
Nascendo no céu
Caindo na terra
Em pingos ou tormentas
Silenciosas como hoje
Deixando tanta paz
É um estar indo embora
E um ficar aqui dentro

Caia chuva!
Molha minhas mãos


Sabe chuva, nunca antes havido
Refletido sobre você tão profundamente
Nunca antes havia pensado em você
Como  choro do céu

Assim tão calma como hoje
Presente de Deus à terra
Diferente daquelas tormentas
Com trovões gritando com raiva
Dos que aqui maltratam seus irmãos

O céu chora hoje!

Isso chuva querida
Caia!
Lava todo o sofrimento da terra
Caia em todos os lugares onde há  dor 
Enterra tudo isso sob a terra
Que molhada oferece-se
Para esse sacrificio

Amanhã a terra ainda úmida
Pelo benefício que de ti recebeu
Amanhecerá com o lindo sol
Que convidado por você
Para nós brilhará


        Relembrando Fernando Pessoa em 
        "Cai chuva do céu cinzento"

                   
ysabella
Enviado por ysabella em 21/09/2008
Reeditado em 21/09/2008
Código do texto: T1189395
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