PANEGÍRICO DE SÃO PAULO

Dizem que tua cidade é selva de pedra

Não me importa nada, digo, resoluto

Pois tua muralha é coisa que não se quebra

Em em teu interior nunca pode haver luto

Selva de pedra é coisa boa

Tem muito a nos ensinar

Pois o homem criou a Terra da Garoa

Como Deus, a Terra, o Céu, o Mar

Herdeiros, pois, somos do Altíssimo

Que tão valioso dom nos deu

De embaixo desse céu belíssimo

Edificarmos nosso ilistre ateneu

Ó minha esposa amada

Cidade dos homens, celeste

Para sempre por mim serás louvada

Ou até onde durar a vida que me deste

Louvada sejas tu, mãe de homens grandes

Que em teu ateneu se formaram

Tão apreciada és por teus amantes

Que nunca te abandonar juraram

Machado não era paulistano

Nasceu no paraíso de flores e rosas

Lugar que não dura dez mil anos

Como duram teus prédios, ó cidade honrosa

Minhas palavras podem ser pobres

Sem muito significância

Mas formam louvoras a teus prédios nobres

Que para mim têm imensa importância

Às margens de teu Ipiranga

Liberdade foi dada ao Brasil

E por aí a dizer teu servo anda

"Eis o coração do país viril"

Tua história por mim será contada

Até os limites das terras onde pisar

E para sempre serśa admirada

Em todo continente abraçado pelo mar

Glória, pois, a ti nas alturas

Acima de qualquer cidade

Pois em tuas belas ruas, puras

Para sempre se clamará: LIberdade!