As Vestes de um Herói ( O dia da Consciência Negra e Morte de Zumbi de Palmares II)

As Vestes de um Herói

Por quanto que estais vestido

As etrelas não sonham

Das galaxias incontidos

Sob tuas nuvens, o verde inflama

Assim quando o céu se abre

Sem noção a vida terrestre

Cavalga nas ondas da pororóca

Deixando-se levar

Mas o verde nu

E, de nudez selvagem

Relembram teus ombros

Calejados, teus pés findam

Dê um negro azul

Nos joelhos dobrados

Encadeia tua inocência

Das cenzalas, o kilombo

Nos exíguos dos punhos

E na rigeza dos troncos

Um homem se fez robusto

E marchando conquistou…

Hoje, 313 anos dê sua morte

Lembrado com honras

O seu triunfo, a sua história

Brilhando entre os brancos

O olhar que de longe

Se torna lento, porém vivído

Dentre eles um breve mergulho

A tua sombra, o teu viver…

Menino arrancado da terra natal

Escravo em terras estrangeiras

Um guerreiro dos sonhos

Um mito, um herói da liberdade

Renasceu seu grito

Consciência negra e

Morte de Zumbi de Palmares…