Vigília

E no silencio, escuto apenas o barulho do vento, parece um uivo, faz a noite se tornar mais densa, escura, sombria.

O tempo vagueia meio que sonolento, não passa nada, nada passaria.

Nem a hora que é chegada, ou a dor da partida.

A palavra não falada, a lágrima escorrida.

A dor que nos toma de súbito

Um tempo que se findou.

Outros que se iniciam fatos, atos, nos sentencia

Dor da partida, de uma amiga querida

De uma mãe de todos, dos amigos, dos filhos,

Bendita que foi sua estada

Hoje, sei que já amparada

Pelos amigos especiais

Por aqueles que nos olham dia e noite

Que nos amparam nos momentos de dor

Hoje sei, pra onde tu foste

Foste para perto do PAI amado

Em forma de anjo alado

E de longe fará parte de nossas lembranças

Das risadas constantes

Das alegrias derramadas

Dos teus abraços fraternos

Dos momentos que tivemos

Que desfrutamos a teu lado

Nos dias de domingo

Nas festas de aniversário

Nas datas que nada se tinha pra comemorar

Mas se dava um jeito pra todos unir

Pra todos estar

Ao seu lado, ao seu canto

Debaixo de seus olhos

Fostes pra longe de nós

A caminho do PAI

É chegada a hora, silêncio, sussurros, soluços

Comovente, envolvente, muito triste

O que nos acalma, apascenta

É saber que existe

A continuação em outro plano

De uma batalha pela vida

Que aqui entre nós foi vivida

Com toda intensidade

Fez de nós teus amigos

E de tantos outros

Deste amor, carinho

A todos acolheu com destreza

Pois até comida na mesa

Comemorou sempre em festa

Dias simples noites especiais

A Alegria, sempre esteve presente

Nos envolvia, acarinhava, acolhia,

E a tudo fazia

Sem medo ajudava

Nunca teve rancor, mesmo que a dor

Ali se encontrava

Dava-nos seguidas palavras

De conforto, de incentivo,

De longe ou de perto nos abraçava

Foi de um tempo feliz

Mas foi Deus que assim quis

Amiga, que Deus nos ampare

E que a sua partida, seja seguida

Por uma longa escada

E na escalada da vida

Tenhas a nova morada