Sol

sol I

"Você é meu sol

(...)

E quase o ano inteiro

Os dias foram noites

Noites para mim (...)”

Não acreditava que a noite iria embora, um dia. Não acreditava que poderia ouvir alguma palavra doce. Não acreditava que pudesse dormir sentindo um carinho, um afago, sentindo que poderia ser quem eu realmente era, de novo.

“Meu sorriso se foi

Minha canção também

Eu jurei por Deus

Não morrer por amor

E continuar a viver...”

Uma foto desfocada, um sorriso fechado, um fantasma de algo que na verdade não existia, e embora não estivesse de verdade ali, poderia matar a qualquer momento.

“Como eu sou um girassol

Você é meu sol...”

Iluminou os dias em que parecia que nada mais atingiria, nada mais existiria, nada mais valia a pena. Distante e mais companheiro que o próximo. Compreende minhas buscas, por já ter se encontrado. Responde minhas dúvidas por já ter presenciado. Partilha meus sentimentos pois somos em parte semelhantes, e cada parte será um todo. Habitante de um mundo em que estou chegando. Anfitrião, mas homem. Mistério que quero desvendar. Gosto que quero sentir. Corpo que quero tocar, alma que quero conhecer, palavras que quero ouvir, rosto que quero acarinhar...

“Sou agora

Um frágil cristal

(...)

Que não sabe esquecer

Que não sabe esquecer...”

Entregue às tuas mãos. Os dias tem sido de luz. Tens sido o sol da manhã que entra pela janela. Tuas palavras no travesseiro, um anjo a me acompanhar.

Sol! Anjo! Luz! Via Láctea!

Caroline Garcia Cruz
Enviado por Caroline Garcia Cruz em 28/11/2008
Código do texto: T1307992
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