Lua Lala

Aonde vai essa menina assim tão apressada?

Passar correndo entre os mais velhos sem pedir licença, é pito na certa! Bastava um olhar severo; sabia que o castigo viria.

Lá no alto da seriguela ela gostava de ficar. Tinha amigos invisíveis...

Lalinha dizia não gostar de terra, mas sempre que chamava por ela, era com a roupa irreconhecível que aparecia.

Diziam os mais velhos:

Deixe a menina brincar com terra, isso a deixará com resistências.

E o tanquinho de roupa ia se amontoando...

Quantas vezes deixei o feijão queimar, por ficar brincando de casinha com Lalinha.

Para Lalinha nada bastava... queria sempre mais.

Infância bem cuidada, primeira filha, primeira neta e sobrinha.

Passaram-se os anos... Lalinha cresceu!

Festa de 15 anos não quis... preferiu conhecer o mar.

Adolecente Lala, menina, moça e mulher.

Quantas luas ainda passará?

Guarda hoje em seu relicário, seu maior tesouro... sim seu pote de ouro! Lala tanto correu atrás do arco-ìres que encontrou seu pote!

Continua correndo...

Correria na vida!

Lua Lala, para mim você nunca passará!

*homenagem à minha pequena grande filha Alarissa.