CORA [LINDA]

Esse rosto enrugado

Esse sorriso franco,

são de Cora Coralina,

belos cabelos brancos...

Menina das poesias

confeiteira de mão cheia,

falava de dores e alegrias

vivia em sua pequena aldeia...

Quando contraiu o matrimônio

Logo de lá partiu,

mas não deixou no abandono,

seus sonhos. Deles não fugiu!

Depois de ficar viúva

após muita luta, já bem velhinha,

essa senhora doce, tornou-se absoluta.

Cora, corada, vermelhinha...

Escrevia contos e poesias

contava em versos seu dia-a dia,

falava da juventude , de como agia,

em suas crises e das prostitutas.

Entre os velhinhos ela aclamava

ressaltava os direitos de amar,

dizia : o amor só se faz concreto,

só depois de se espalhar...

Mulher forte, suave, sem vaidade.

Decidida, alma livre, independente,

seu coração pulsava, vivia no ritmo da idade.

Criava uma diacronia em sua datilografia!