Mare y cielo.

É ele! Dubitável no início, feito um medo de fim. Tudo acaba sendo assim. Quando vivemos por um tempo, ganhamos noções estratégicas de comportamento. Comportamos nossos sentimentos em estilhaços colados no local mais oculto, porque somos poeiras frágeis presas a um canto. Na faxina do existir, fragmentos resvalam nos olhos e fazem arder por um momento, depois habitua-se, vê-se de longe até o encanto. O pó vira diamante ao ensolarar. Quinto elemento. Sem metáforas, clarificando a mente, não falo de mal acostumar com aquele feio que nem faz força para embelezar, falo sim de adaptações com o novo, tornando-o aos poucos mais bonito.

É ele! Ouro líquido, elixir contra a cegueira. Que se lixem os tolos com sua visão petrificada. Este aqui não me veio coroado de louros. Do contrário, é moreno. Pele firme na alma de bem. Não me chegou de sobreaviso, foi a mim conduzido por um vento, ao ar livre propagador de sonhos. Sons... O sorriso dele é por dentro, para o outro com o peito alado. Ali resvalei, sorri, gargalhei. Sofri como qualquer outro, mas felicidade boa se constrói quista assim.

É ele! Meio quadrado, caixa de papelão para a mudança, vem conduzindo bem os meus cristais. - Este lado para cima (não pise a lama)! Confesso que é meu próprio grito que às vezes me quebra a vidraça, eu desespero por preguiça de agir, retroajo. Repito uma fala, uma falha no sistema quando nervoso, mas com a paciência dele conserto toda a matrix. Ferramentas possuo, suo porque posso, seja no trabalho árduo, seja no gozo.

É ele! Traz sorte, raro feito trevo achado entre as ervas-daninhas. Eu, danada, será que demorei a descobrir? Cada um a seu tempo, mas o dele voa, passa feito chuva por mim, aduba uma certeza com sobrenatural proeza de caminhar para um sim.

Por: Paola F. Benevides

in: http://silenciosepalavras.blogspot.com/