Meu Pai...

1982
Um câncer o levou
Fulminante, sem agonia
Morreu triste
(mas todas as mortes são tristes)
Morreu triste pelo seu Palmeiras
Perdera naquela última quarta
"Não chega essa dor,
ainda o Palmeiras perde?"
Foram as últimas palavras
que ouvi de sua boca.
E nunca mais ouvi nada!
Mas meu pai não era um só
Era muitos
Sério! Falo e provo!
Batizado Enrico
Na identidade, Herique
Na família, Dino
O mais velho, Bernardo
Morreu cedo, criança
Meu pai veio a seguir
O Bernadinho, Bernadino
No diminutivo da família
Dino, meu pai
Enrico, meu pai
Henrique, meu pai
Pouca escola
Muita Leitura
De um mero tirador
de chapas aos 11 anos
à Diretor Industrial aos 60!
Sem muita teoria, só prática
E sempre no mesmo lugar
Calado, quieto, observador
a frase na hora certa...
Pouco riso, muito siso
e muitas histórias!
Enrico
Henrique
Dino
Gostei dos três
Não entendi eles
Na época...
Sempre quer saber
Mais do que eu?
E ele sabia...
Um beijo, velho
Em qualquer lugar
que esteja...
Ciao, caro!

Imagem: Cidade de Vicenza - Itália  - onde ele naceu...

Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 10/03/2009
Código do texto: T1479581
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