1º de Maio – 123 anos de História

Reconhecido mundialmente como o "Dia do Trabalhador". O 1º de Maio é celebrado com festas e manifestações classistas, mas esta data tem uma história de conquistas para uns e de tristezas para outros. Em homenagem aos verdadeiros “HERÓIS” brasileiros, transcrevo um pouco da saga histórica dos 110 mil operários que brutalmente foram espancados por protestarem contra a jornada de trabalho de 12 horas e o salário deste tamanhinho, ó.

Tudo aconteceu na cidade de Chicago em 1886, com as grandiosas manifestações dos operários pela jornada de trabalho de oito horas e da brutal repressão patronal e policial que sobre os manifestantes se abateu. Passado 123 anos, 1º de Maio mantém todo o seu significado e atualidade. O Dia do Trabalhador, nos impõe refletir e debater sobre a realidade das relações de trabalho que nos têm sido impostas pelo terremoto pós liberal e que condicionam o cotidiano dos trabalhadores, em particular aqueles das Escolas e Universidades Públicas Brasileiras.

“Em 1º de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laboral. No final do século XIX, com o início da industrialização, começaram a aparecer novos problemas relacionados com o trabalho. O Papa Leão XIII dá conta do "temível conflito" que se estava a gerar "entre o mundo do capital e o do trabalho" dando lugar a uma situação de "miséria imerecida" (encíclica "Rerum Novarum", 15-05-1891). Um dos principais problemas que atingiam os operários era o horário de trabalho. Trabalhava-se de sol-a-sol, como os agricultores. Alguns reformadores sociais já tinham proposto, em várias épocas, a idéia de dividir o dia em três períodos: oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer e estudo, proposta que, como sempre, era vista como utópica pelos empregadores.

Com o desenvolvimento do associativismo operário, e particularmente do sindicalismo, a proposta da jornada de oito horas tornou-se um dos objetivos centrais das lutas operárias e também causa de violentas repressões e de inúmeras prisões e até morte de trabalhadores. No Brasil, até o início da Era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituíssem um grupo político muito forte, dada a pouca industrialização do país.”

Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. Passados todos estes anos, a história do movimento operário continua a ser feita de avanços e recuos, vitórias e derrotas. A exploração do trabalho infantil e da mulher, bem como dos imigrantes são um desafio permanente à imaginação e à capacidade de organização e de luta dos trabalhadores.

Pensar que este dia, de forte tradição de luta operária, mistura com perseguições, prisões e até mortes, é um dia triste, não, porque nele também se recordam as conquistas, grandes e pequenas, que os trabalhadores foram conseguindo através dos tempos.

É uma longa história que devemos recordar e celebrar.

Parabéns, trabalhadores!

Nicácio da Silva
Enviado por Nicácio da Silva em 30/04/2009
Reeditado em 30/04/2009
Código do texto: T1567794
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