Querido amigo Pe Dalvam

Querido Amigo Pe. Dalvam!

Falar de você é muito difícil. Falar para você é mais difícil ainda, mas não falar de você é impossível.

O Pe. Fábio de Melo em seu livro “Quem me roubou de mim” escreve entre outras coisas o seguinte: “... relações simbólicas são aquelas que nos permitem o crescimento e a superação dos nossos limites porque são capazes de estabelecer pontes que nos permitem travessias.”

Assim é a nossa relação de afeto contigo, um permitindo a travessia do outro. E isso só foi possível graças à sua até teimosia e insistência para que cada um de nós ao menos tentássemos fazer as nossas travessias.

É possível lembrar cada momento em que você insistia “batendo” firme para que vivêssemos a nossa missão de cristão.

E em vários sentidos você foi como “ponte” para nós.

Você foi como “ponte” para nós, nos momentos de oração aqui no interior da Igreja, nas procissões e por ai afora.

Você fez à duras penas com que percebêssemos as incisões que insistiam em permanecer entre os grupos de pastorais que fazem a nossa Igreja.

Falar de você é difícil porque você consegue passear pela Filosofia e pela Teologia e se fazer entender de modo agradabilíssimo por todos.

Você conseguiu trazer aos nossos corações vários santos da história da humanidade que a gente até desconhecia;

Você foi “ponte” quando catequizava em meio às suas homilias;

Você foi “ponte” quando insistia na importância do sacramento do Batismo, do sacramento da Confissão, do sacramento da Comunhão e do sacramento do Matrimônio.

Dizem por aí que um grande homem aparece e tudo começa e tudo acaba.

Cá estamos nós tentando fazer a nossa travessia enquanto você deve fazer a sua.

Já estamos com saudades de você e até nos perguntando por que não te ouvimos mais. E concluímos que é necessário apenas alguns momentos de intimidade com o Criador para compreender coisas antes incompreensíveis. Veja o que Ele diz através do Eclesiastes: Debaixo do céu há momentos para tudo, e tempo certo para cada coisa.

Tempo para nascer e tempo para morrer.

Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta.

Tempo para matar e tempo para curar.

Tempo para destruir e tempo para construir.

Tempo para chorar e tempo para rir.

Tempo para gemer e tempo para bailar.

Tempo para atirar pedras e tempo para recolher as pedras.

Tempo para abraçar e tempo para separar.

Tempo para procurar e tempo para perder.

Tempo para guardar e tempo para jogar fora.

Tempo para rasgar e tempo para costurar.

Tempo para calar e tempo para falar.

Tempo para amar e tempo para odiar.

Tempo para guerra e tempo para paz.

Palavras do Criador

Um abraço fraterno de todos da comunidade Nossa Senhora das Dores e que o Menino Deus seja seu companheiro sempre.

Eldorado do Carajás,14 de dezembro 2008

Maria Gomes de Almeida
Enviado por Maria Gomes de Almeida em 05/06/2009
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