PALAVRAS

( a todos os poetas )

Fogem de minha garganta

Como prisioneiros que avistam a liberdade

As palavras que agitam o meu pensar

Qualquer coisa as incomodam

E como ondas de antenas ligadas ao imponderável

Formigam em minhas entranhas

Provocam o inconciente, me deixa alerta

Me tira da cama.

Boca maldita! não consegue então ficar calada

Deixa escapar garganta afora palavras entubadas

Que saem latejando pela jugular

Escapando de mim, tropeçando em vocabulários

Em encontros claramente consonantais,

Tímidos encontros vocálicos

E quando vejo, lá está!

Cachoeiras de frases, umas com ritmos, rimas,

Outras, nem tanto, parecem mais qualquer coisa

Desarvorada, uma fuga em massa,

Arrebentação de marés, estouro de boiadas.

Como são belas todas elas

Algumas obscuras, como “morte”

Outras empíricas, como “ sorte”

Mas, se assim as compararmos

Não podemos deixar de falar de amor,

Paixão, ternura, sonho, liberdade, nascimento...

Não podemos deixar de nascer...

Palavras.

angela soeiro
Enviado por angela soeiro em 11/06/2006
Reeditado em 01/03/2014
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