Florbela Espanca

Que sortilégio de amor

timbrou o teu realejo

numa “Charneca em Flor”

lá nos confins do Alentejo?

Que fado de menestrel,

por Loucura ou Fanatismo,

abriu a porta do céu

pra te jogar no abismo?

Que vaticínio de lua,

no teu destino adverso,

revelou-te de alma nua

no alumbramento do verso?

Poetisa, pena rara...

cantar pra encantar o pranto

e morrer que nem cigarra

ferida do próprio canto.

Nasceste pra ser aquela

com o signo da rosa...

talvez, por isso, Florbela:

A flor da Vila Viçosa,