Rei do Baião,

Desde que sua sanfona branca - há vinte anos - parou de tocar, nunca mais o ABC do Sertão foi o mesmo...


A sabiá olha para o céu e vê o assum preto, cego dos zói, cantando de dor, lamentando sua triste partida...


luar do sertão nunca mais foi o mesmo, falta o vôo de sua asa branca...


A súplica cearense, sai sangrando nas vozes da seca...


A vida de viajante não é a mesma sem os dezessete e setecentos da Karolina com o K, que não tem mais cintura fina...


Ficou a saudade do forró no escurono meu pé de serra, onde era danado de bom olhar o riacho do navio...


Nunca mais ouvimos uma lorota boa embaixo do juazeiro ou sentados, as margens da lagoa do amor...


Mas, nessa estrada da vida tem sempre alguém subindo para o céu, deixando uma rede véia no sertão sofredor...


Descanse em paz no jardim da saudade, Januário vai tocar o baião dos namorados para amenizar a saudade da terra boa...


Depois do adeus, o baião ficou ruim qui nem jiló, mas com certeza teve festa no céu...


 Saudades Gonzagão, você foi muito mais que o filho de Januário e o pai de Gonzaguinha...



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N.A: As palavras em destaque são títulos de músicas do Rei do Baião.




Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 02/08/2009
Reeditado em 03/08/2009
Código do texto: T1733114
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