AOS PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS

Ah, pais que perderam seus filhos, em guerras de toda espécie, nos campos de batalhas entre países, nas emboscadas das ruas domésticas, por doenças que chegam e os levam, a esses filhos, sem nenhuma lógica, sem qualquer explicação.

Ah, Fados que arrancam destes homens a descendência, como de árvores a seiva, a seiva destes homens que, mesmo herdeiros de tais Mortes, ainda assim encontram força interior para se refabricarem dia após dia, no silêncio e na suprema solidão das noites invisíveis ,

para se colocarem, cotidianamente, a serviço de outros filhos, os filhos dos outros homens, seus companheiros de Espécie.

Homens algo maiores do que outros homens inocentes de tal Dor; homens-semente de uma Espécie melhor.

Para Jorge L.

09 de agosto de 2009.