TRIBUTO AO ZÉ

No mundo em que vivemos, onde as pessoas colocam o dinheiro acima de tudo, acima até mesmo do próprio Deus; onde a maioria tornou-se sem escrúpulos a ponto de vender os próprios pais e filhos por dinheiro; de assassinar os próprios pais, filhos e cônjuges para receber o dinheiro do seguro. É nesse mundo-cão que podemos considerar como preciosidades de valores inestimáveis, pessoas que não se vendem por nenhum preço e que colocam a própria honra e os princípios morais aprendidos com seus pais através das doutrinas cristãs, acima de todas as coisas. José Neves Balestrêro, o Zé do Povo era uma dessas pessoas. Esteve no poder, onde galgou vários degraus e, jamais deixou corromper-se por ele. Era um homem íntegro no exercício de suas funções públicas, onde serviu sempre ao poder público sem servir-se dele. A realidade mesmo, é que a maioria das pessoas assume o poder público para servir-se dele. Como dizia o próprio Zé: " - Quando alguém se elege, elege-se também toda a família do eleito, além do seu cachorro e papagaio, porque todos passam a ocupar funções públicas, pegando carona no resultado das urnas". Muito mais importante do que alcançar o "poder", é ter humildade e sabedoria para exercê-lo e conviver com ele e, o Zé sabia disso como ninguém.

Particularmente o Zé era para mim como um irmão gerado por uma outra mãe que não era a minha, a Dona Venina. O seu pai, o Sr. Heribaldo Lopes Balestrêro, ou simplesmente Seu Libal, como era carinhosamente conhecido, era um exemplo de solidariedade humana. Garoto ainda, pude observar incontáveis vezes o velho e bom Libal estendendo as suas mãos generosas para ajudar os menos favorecidos pela sorte. Como diz o ditado que " filho de peixe, peixinho é" não poderia ser diferente com o Zé, o Zé não eleito, porém prefeito, diga-se de passagem, o melhor que Viana já teve, sendo a sua atitude mais nobre, entrar e sair da prefeitura, pobre.

Nos momentos mais difíceis de minha vida, o meu irmão Zé Balestrêro, a quem eu chamava simplesmente Zé, nunca deixou de estender-me as suas mãos generosas quando solicitado e, foram muitas vezes que isso aconteceu e, nunca recebi um "não!" como resposta.

A casa onde resido hoje com a minha família, teve a ajuda do Zé e, até mesmo alimento ele forneceu-me em certa ocasião em que me encontrava desempregado, para que eu e a minha família não passássemos necessidades. O Zé não tinha um coração, o Zé era um coração em forma humana, a exemplo de seu pai, o velho Libal, que juntamente com Dona Venina o ensinaram que o amor e a solidariedade cristãos estão acima de todas as coisas neste mundo, lição que o Zé aprendeu e praticou com maestria.

As pessoas neste mundo guerreiam de forma incessante por causa de dinheiro e posição social, esquecendo-se que "bens" é tudo o que pudermos levar conosco ao partirmos deste mundo, ou seja: NADA MATERIAL. A verdadeira riqueza está guardada ou não no coração de cada pessoa, chama-se paz interior, paz espiritual ou, consciência limpa, como preferirmos, sinônimo de verdadeira felicidade que não se pode comprar nem com todo dinheiro e riqueza do mundo, porque é dom de Deus, mediante a fé n'Ele depositada. O preço já foi pago na cruz do Calvário por Cristo Jesus, ninguém precisa pagar mais nada.

O meu amigo e irmão Zé partiu deste mundo, milionário, não de bens materiais de somenos importância, mas rico de amigos que o terão imortalizado para sempre na lembrança através dos seus atos de amizade, generosidade e solidariedade para com todos na sua passagem pela terra.

Descanse em paz amigo! Até que Jesus o desperte do seu sono, para fazer parte daqueles que farão parte da primeira ressurreição, segundo as promessas do Mestre.

Nota do Autor: Homenagem ao meu amigo Zé Balestrêro, prestada e lida no seu velório em 12/12/2003 e, publicada na presente data.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 05/09/2009
Reeditado em 05/09/2009
Código do texto: T1794063
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