FAUSTO, MEU HERÓI

Mano velho, quanto sofrimento

Chego a arrepiar

Quando começo a pensar

Nesse tormento!

Desde pequeno na cidade que se formava

Vendia picolé nas ruas

Pobrezinho já trabalhava!

Fim da tarde

A camisa branca, vermelha estava

O sol quente na cabeça não perdoava

O danado do nariz não agüentava e sempre sangrava

Volta e meia uma surra levava

Do velho Jango e outra parentada

Mas era criança

Na escola sempre aprontava

Ora batia, ora apanhava!

A irmã mais velha suas brigas sempre comprava

Quando cresceu a sua vida pouco mudou

O sofrimento sempre lhe acompanhou

No mundo das drogas se infiltrou

Por pouco a vida não acabou!

Mas antes de tudo isso

De nós sempre cuidou

Foi um paizão que sempre me amou

Caderno nunca me faltou!

Teve que se sacrificar para eu estudar

Ainda há tempo, nunca é tarde pra recomeçar

Quando perdido na droga estava

Pedia a Deus, rezava

Deus ouviu o meu clamor

Das drogas te livrou

Com uma nova família lhe presenteou!

Sei que carrega no peito uma culpa

Uma angustia que te faz sofrer

Não fica assim, procura esquecer

A nossa mãezinha não se foi por causa de você

Um dia todos nós também vamos morrer

No fundo você foi vítima da criação

Não teve jeito

Não teve opção

A sua escola foi o mundão

Que também torturou

Mas te ensinou uma profissão

Com ela sustentou eu e os meus irmãos

A sua vida vai levando

Tropeçando!

Caindo!

Levantando

Sacudindo a poeira e trabalhando!

Sustentando a família que te espera

De braços abertos você voltar

Você é o meu herói e de todos que estão por lá!

Di Freitas
Enviado por Di Freitas em 26/09/2009
Reeditado em 26/09/2009
Código do texto: T1832762