O Camaçari era o rio mais bonito da minha Aldeia !
Mas o Camaçari foi poluído com o progresso desenfreado
E o rio que hoje corre pelos bairros  da outrora Aldeia,
Onde a sua gente ia banhar-se alegremente,
Já não é o Balneário que nasce no Parque das Palmeiras

Nem mesmo sei se ainda deságua no Rio Joanes...
Porque morto parece estar.
Até porque a Aldeia agora é Município
E o Rio agoniza... Agoniza... Agoniza...
Faz tempo que meu rio sofre degradação
e ninguém mais se banha nele
Nem mesmo há lavadeiras...
Todo mundo sabe disto.
Sumiram os aguadeiros e seus jumentos.
Na beirada do meu rio já não há crianças pescando
E os pescadores de vida... Agonizam.
Para onde eles foram?
De que vivem hoje?
É por isso que minha gente sente tanta saudade
Do tempo que o Rio da minha Aldeia corria livremente
Atravessando os lugarejos do seu antigo povoado
E, em cada ponto, havia uma criança a se refrescar
Naquele que era o maior rio da sua Aldeia
Ninguém jamais imaginou o infortúnio
De vê-lo definhar em águas podres
Destruído... Esquecido... Marginalizado... Poluído.
Quem se banhou em suas águas, nunca o esquecerá.
Felizes fomos nós que comemos as piabas
... Do Rio da Minha Aldeia.

(Fotos de arquivo de Maria Luiza D'Errico Nieto)
(Texto do meu livro História È Pra Contar)

Maria Luiza D Errico Nieto
Enviado por Maria Luiza D Errico Nieto em 27/01/2010
Reeditado em 15/08/2023
Código do texto: T2053414
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