Réquiem

Quando um amigo

Atravessa a porta da qual não há volta,

A dor chega de pronto, não se pode reter

O pranto da perda, que perda não é...

Porque a crença em que algum dia

Haverá um reencontro, transforma a dor

Em saudade, embora a saudade doa.

O pesar encontra eco na tristeza que se aloja

De mansinho no coração.

O adeus que damos agora tem gosto de nunca mais...

Como a última homenagem

Ao amigo que se vai, devemos a esperança

Do último reencontro na presença do eterno Pai.

É somente assim que podemos

Demonstrar que a amizade é eterna,

Como eterno é o espírito, pelo qual,

sabemos que não morremos de todo

e que podemos amar mesmo aqueles

que pessoalmente não conhecemos.