Mulher

Criatura de beleza indizível

Tão brava, mas tão singela

De teus seios brotam ternura

Ora malvada, ora tão pura,

Ora borralheira, ora Cinderela

Não te acerto por palpites

nem descubro teus segredos

Se é que em ti haja medo

Teu pranto o teu sorriso omite.

Mulher de sentimento formal,

Em ti o mal se torna inerte,

Pois com este ar de infante

Qualquer indigente ou rei

A qualquer momento ou instante

Em teus caprichos se perde.

Em suas atitudes

Às vezes um tanto jocosas

Mas sempre tão sonhadoras

Torna nossa vida mais nossa.

Mas este teu pudor

Que a outra vontade reprime,

Te faz ser tão ingênua, tal como quer,

Tão bela, tão meiga, tão simples.

Tua honra, teu mérito

A faz ser chamada Mulher.

Eliane Correia