Homenagem a CORA CORALINA- Reedição.


CORA, SEMPRE CORA!



Então, eu jovenzinha de dezesste anos, frente àquela diva da poesia.Apaixonei-me
por seus versos, por Vila Boa...Goiás Velho.
Na Casa Velha da Ponte.Em companhia de bisnetos de escravos, encontrei-me com
Aninha.Que naquela época, contava com oitenta e sete anos.
Cora Coralina, a Aninha de Goiás Velho, passou a ser conhecida, quando um livro seu
Foi lido por CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, que publica uma crônica onde dizia:
_ " SEU LIVRO é um encanto, seu verso é água corrente_ seu lirismo tem a força e a
delicadeza das coisas naturais". E publica sua crônica no Jornal Brasil.
Com esse aval, Cora saiu das entranhas de Góias e alçou vôo para o Brasil e o mundo
Literário.

Eu a conheci, na CASA VELHA DA PONTE, onde tudo transpira a poesia, desde a acolhida,
pelo casal de velhos mucamos, bisnetos de escravos. Unicos e fiéis companheiros...até as
lindas mangas colhidas no pomar e trazidas por eles em uma "bacia de louça gati", para
que nós pudessemos saboreá-las entre uma poesia e outra.
Amei estar naquela casa em companhia de Aninha, e observar cada movél, os portais da
casa,todos artezanais confeccionados por mãos escravas.Cada detalhe contava um pouco
daquela historia.

O RIO VERMELHO, cuja ponte inicia-se em frente a Velha Casa, onde o porão da mesma
serve de barragem ao rio e que continha , uma biquinha de águas cristalinas e os fogões
com suas grandes tachas, de onde Aninhas tirava algum dinheiro fazendo deliciosos doces
caseiros.
Nessa minha passagem por lá pude presenciar algo muito lindo. Um catedrático da U.F.R.J.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Viera fazer-lhe uma visita, afim de dizer-lhe que ela,
a menina ANINHA, fora o grande amor do pai dele na juventude.Por isso, levaria um pouco da água do Rio Vermelho e um pouco de terra para o tumulo de seu pai, no Rio.
Foi hilária essa cena que presenciei.

Mãos sábias e doces nas compotas e nas poesias, voz compassada como se recitasse cada
verso que produzia. Artezanava assim, O açucar e as palavras.

Tanta sabedoria adquirida ao longo da vida, registradas em seus escritos e nos deixado
como "herança literária".

Ler Cora Coralina," é divagar por caminhos empedrados nas encostas da vida".
Goiás o berço da boa poesia, dos muros de pedras, dos casarios... Museu dos Arcos....
Aninha_ CORA CORALINA, quem teve a chance que eu tive, mesmo que não queira vem
a poetisar e o que se vê e se ouve através dos estreitos becos de PEDRAS EM GOIÁS.assim
como e a ..."A sopa de Pedras de Aninha!

Mulher Coragem...como canta Marcelo Barra...Canção em que homenageia CORA CORALINA.
...Cora senhora, mulher passarinho que abre suas asas e foge do ninho.
Mulher de outro século, que não deixou que sufocassem seu brado, fez-se ouvir em seus
cantos e contos, levou a sua voz literária a quantos a conheceu e ainda a conhecem.Aprendem
a amá-la, assim como a sua literatura..."simples e límpida como as águas que correm em um riacho vindas de um rochedo!"

C oragem de Aninha
O usada, apesar dos tempos idos...
R oçou com sua mãos fortes a poesia.
A mou desordenadamente!

C oralina, casou-se menina e ousou como mulher
O stentou o grito de todas nós...
R azão de sua vida, cinco filhos amados.
A pesar da época fez sua historia
L utou bravamente pela vida
I luninou-nos com seus versos
Não morreu,eternizou-se
A través da sua poesia!


(Betina Marcondes) Poetisa.

OBS:_ Cora Coralina, foi tema de minha dissertação no Mestrado- ( que não concluí infelizmente., onde me ative em
"SUA VOZ FEMENINA".(BETINA MARCONDES)
Hoje com a modernidade da restauração do patrimônio histórico, é bom...mas não contém a mesma magia.

 
Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 17/02/2010
Reeditado em 23/09/2015
Código do texto: T2092165
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