Como um pôr-do-sol

Quem és tu, quem és tu?

Parece um cego, que só pede luzes

Um pequeno, que só escala os andes

Uma onda, que tem um mar

-Para sempre amar-

De você pouco sei: observando o muito

Com suas roupas cor folhas de outono

Introduz o que nem sei direito

E que já guardo em mente alma e peito.

Tu és simples sonho na imensidão

Com seu barco a vogar no mar tranqüilo

O que nos livro dos sonhos, então:

É alegria que dura, é brisa que respiro.

A aproximação se fez por uma frase

Que o quadro negro “cantou” para você

Porque era Rimbaud – Phrases-

O que estava a ler.

Logo após me disse em francês:

“Oisive jeunesse

À tout asservie

Par délicatesse

J’ai perdu ma vie”

E ao traduzir percebi

Que ao menos a minha vida

Eu não perdi

E essa sorte, nem mil gatos

Pretos podem me dar

Já que viva te conheci:

Em sua “prosa em poesia de mar”.

-Que pelo espelho é vista com verdade-

Pois poesia é luz

Prosa é ave

Alguns pedem trevas sem pena!

-como poderei voar?

Mesmo que fosse peixe, pediria asas

Se asas tivesse, queria respirar em baixo d’água

E guardar em minh’alma infinita

A essência que me coração palpita

Ter você próximo em espírito

-sempre-

Mesmo que distante em carne,

Que me aqueça a alma

Como um pôr-do-sol.

Junho 2008

(homenagem a uma pessoa inesquecível, Professor de Introdução ao Estudo do Direito: Herbert Covre Lino Simão)

Thaynara Rocha Lima
Enviado por Thaynara Rocha Lima em 04/03/2010
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