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(uma homenagem a Você, MULHER!)
 
  
 
Que mistérios tem teus olhos menina
Que em momentos me fazem lembrar a paz
E noutros a guerra, a destruição?
 
 
Que mistérios tem teu sorriso menina
Que à vezes lembra o vôo livre das aves
E noutro a sina dos encarcerados?
 
 
Que mistérios tem teus gestos menina
Que nas manhãs lembra a dança das flores
E à tardinha a decadência dos homens?
 
 
E os teus passos menina, que mistérios tem
Que parecem levar-te ao pipoqueiro da esquina
E depois ao encontro da guilhotina?
 
 
O teu nascer, menina, que mistério explica
E a tua vida, que mistérios encerra, MULHER?
 
 
Que pena sinto de ti menina!
Que dó tenho de mim!
Por ser tão diferente de ti...
 
 
Não entender teu jeito manso de aceitar a vida
Não compreender os desvios do caminho
Perder-me antes mesmo da chegada
E fugir muito antes da partida!...