Minha primeira barba

Minha primeira barba

Certa manhã fui contratado pelo Sr. Mario para fazer alguns serviço de eletricidade numa de suas casas, pois, ele era possuidor de um grande numero de casas alugadas. E por conhecer meus serviços sempre me chamava para fazer alguns serviços de rotina. Combinamos para o dia seguinte às oito horas da manhã, feito assim, no dia ele veio buscar-me de carro para fazer os serviços. O lugar onde nós fomos não era muito longe dali, mas era até então era um lugar desconhecido por mim, entramos na pista e depois saímos numa estrada de terra e finalmente chegamos ao endereço. Era uma casa muito humilde não tinha telefone, serviço precários de eletricidade e saneamentos básicos, onde funcionava precariamente um asilo feminino com aproximadamente umas trinta senhoras de idade que viviam ali em condições arriscada visto pelas próprias instalações. Comecei logo o serviço, pedindo para ele que comprasse o material para ser utilizado, enquanto continuei fazendo a vistoria do local para ver se conseguia ganhar tempo e ecomizar material, pois poderia usar além. Observei que aquele local devia ser no mínimo clandestino e devia estar ali para fugir da vistoria prefeitura e submetia aquelas pessoas a condições subumanas e conversando com uma funcionaria também de idade avançada ela me disse que trabalhava ali simplesmente para receber somente algumas sobras de alimentos. Ali se encontrava mulheres de idades avançadas, ex-prostitutas doentes, mulheres com problemas mentais, ou ex-donas de casas que tinham sido abandonadas pelos maridos ou filhos. O lugar era sujo pela precariedade, onde as velhinhas disputavam o pouco espaço.

Logo que o Sr. Mario chegou com o material comecei o serviço porque tinha pressa de sair logo dali. Aquele lugar mexeu com meus sentimentos, onde claramente pude ver até aonde chega o fim da vida, de quando a família não cuida de seus familiares.

São jogadas as traças e escondidos em chácaras foras dos grandes centros metropolitanos. Até onde pode chegar à crueldade humana onde os familiares abandonam as minguas até os pais em asilos para morrerem as minguas. Não vai muito longe é só ir ao centro das grandes cidades para ver o que retrata toda a sociedade, uns culpam os governos, mas que deveria cuidar primeiramente deveria ser os familiares.

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Senhor Policarpo Ferreira Duarte nunca tinha lhe prestado a devido atenção. Ele ficava ali, como um móvel antigo quando dava por umas duas horas do tarde ele pegava as tralhas de pesca e ia para a lagoa e por volta das seis ele voltava trazendo alguns peixinhos para serem fritos era minha alegria demonstrada de longe ao meu avô. Naqueles tempos eram assim as demonstrações de respeito.

Ele já contava com aproximadamente uns noventa anos e a família já não contava mais com seus conselhos ou abedeciam suas ordens, é assim o final de vida ou velhice aqui no Brasil. De vez em quando ele ia ao matadouro e comprava carnes e as cozinhava em grandes quantidades era causa de minhas alegria ao juntar com meus tios e primos a comer mocotós e cozidos. Ninguém lho dava causa diziam que ele “já estava caduco” assim vivia ali o Senhor Policarpo Ferreira Duarte.

Nesta época nos íamos visitá-los só no final de ano, por causa de motivos financeiros, e foi numa destas visitas que o Senhor Policarpo me chamou e me fez um pedido, confesso que entendi a mensagem pelos meus doze anos. Já com seu aparelho de barbear na mão pediu-me que lhe fizesse a barba, senti um acanhamento, mas não deixei transparecer, seria a barba mais difícil de minha vida, pois aquele rosto todo cheio de rugas, teria que ser cuidadoso. Peguei o aparelho de barbear, pois ele já se encontrava sentado numa cadeira de madeira como se estivesse no barbeiro. Passei o creme de barbear, com muito cuidado comecei a rapar os pelos de seu rosto. Fiz em seu rosto alguns corte com o aparelho, mas ele pediu que continuasse até o fim e após terminar me agradeceu. Quando voltamos para nossa casa, passou um mês ele morreu, foi assim minha primeira barba.

Policarpo Ferreira Duarte meu avô, homem simples e de um grande coração pai de doze filhos.

http://carlodonizeti.blogs.sapo.pt/

http://www.clesio.net/blogs/media/a-ultima-estrofe.mid

Comendador Carlos Donizeti
Enviado por Comendador Carlos Donizeti em 13/08/2006
Reeditado em 13/08/2006
Código do texto: T215541