AOS ARTISTAS DA ESCRITA

Categorizar alguém como escritor é diferente de definir o que seja um escritor no meu tosco entendimento. Uma espécie em extinção é fácil a gente identificar. Está lá a raça do bicho ou planta, há estudos e minúcias bem definidas que lhes dão a conformação como tal ou qual. Já o escritor, eu considero uma espécie em formação. Não me leve ao pé da letra pensando que estou comparando-o a vegetais ou animais. Se bem que animais racionais, tá de bom tamanho. Mas a categoria, a ponto de ter um dia comemorativo é que me deixa assim meio de soslaio, formando opinião ainda. Um escritor , tal como uma mãe, por exemplo, não pode ser considerado um imperativo categórico. Se bem que poderão dizer que ele dá à luz obras de literatura. Mas há aquele negócio: você não escreve uma obra e fica ali alimentando-a depois de pronta, ensinando como se comportar no mundo. Trafega exatamente pelo caminho oposto ao de uma mãe. Põe o filho no mundo e solta ele para se virar sozinho, tornando-se potencial vítima de qualquer um que botar as mãos e os olhos, para devorar, abominar, ignorar, amar mais do que você, chegando em alguns casos extremos de psicopatia literária a rasgar e botar fogo.

A menos que seja um caso de sobrevivência exclusiva por conta da escrita, como há muitos poucos seres alçados a esta condição, o dia do escritor deve sim, ser comemorado sem nenhuma preocupação com o rotulo. Também, não devemos nos preocupar se nos sentimos escritores. Vamos ganhar parabéns de quem nos considera. A maioria tem a escrita como hobby, terapia, lazer, diversão...

O poeta: vejamos o caso dos poetas: eles são uns nefelibatas, uns sibaritas, uns doidivanas da melhor qualidade, escritores e construtores de sonhos, demolidores de ilusões, fazedores de magia, apanágios, mezinhas e muitos outros adjetivos da mais alta recomendação. E mais, tem o seu próprio dia, além do dia da poesia.

Já ouviu dizer que tem dia da prosa, da redação, da dissertação, do romance ou da ficção? Pois é. Um brinde e desculpem a brincadeira. Foi o que me ocorreu para homenagear quem encanta o mundo com a palavra. Parabéns amplos, gerais e irrestritos a todos os que alinhavam a palavra, transformando-a em alimento para a alma, conhecimento, diversão, versos e prosas de encanto.

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 25/07/2010
Reeditado em 29/07/2010
Código do texto: T2399053
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