UM VELHO SORRISO (Ao Dia dos Pais)
Em um fatídico dia de quinta-feira, acordei e não pude mais enxergar o sorriso. Eu tinha a salutar mania de visitá-lo, todas as manhãs, antes de qualquer outra atividade. Ele me recebia gostoso e, não sei explicar o porquê, com gratidão!
Um sorriso era o "bom dia!" que me desejava, e hoje sei que "aquilo" contribuía para o meu dia feliz. O meu velho pai, das velhas cortesias - as mesmas de sempre! - e do velho sorriso; tão velho, costumeiro e surrado, que jamais pude esquecer.
Apenas duas vezes na vida, aconteceu de eu ficar sem ver o velho sorriso. A primeira, no Dia dos Pais de 1989, porque saí de casa bem cedo, antes das sete e meia da manhã, e só retornei à noitinha. Que tamanha ingratidão a minha!
A segunda e derradeira (literalmente falando), no dia 18 de outubro de 2002, sete dias antes de sua morte.
O velho se foi, mas o sorriso permanece. Ele está na minha mente e coração. O meu velho pai com seu velho sorriso se confundem em mim, a ponto de eu não saber quem é quem (ou o quê). O sorriso é o meu velho e o meu velho é o sorriso, sempre vivos em mim.
Um sorriso para todos os "velhos", e que todos os "velhos" sorriam. Deus vos ama e vossos filhos também!