NESTE MEU TEMPO
(em memória a minha querida irmã Marileusa)
 
 
Neste meu tempo,
a dor, a lembrança, a saudade
tocam a minha alma e falam só de você...
Você, extensão do meu ser;
Você, metade das minhas recordações;
Você, atuante na minha infância,
participante na minha adolescência,
exemplo deste meu tempo.
 
Tempo... vou me arrastando,
relando nos corações daqueles que ficaram.
Neles também encontro você...
 
Tempo... tempo que principia a correr
sem que os meus passos regressem.
Vou caminhando por entre o querer e a vontade
de estender as minhas mãos para tocar as suas...
 
Enquanto não passa permito
os devaneios e os lamentos.
Neles todos, minha voz silenciosa grita: 
- Que tristeza! -Que pena! -Que... sau  da  de...
 
Deixo com as minhas lágrimas a angústia,
a melancolia, a recordação.
Entrego para a esperança
o alvorecer da eternidade.
E neste meu tempo, que é ido,
fica a certeza da sua presença,
que permanece neste meu mal entendido
com o divino... 
 
  Sandra Lúcia Ceccon Perazzo
   (Sperazzo - 10/08/2010)