Adalberto Ricardo Contani

Contani foi meu aluno nos anos de 1981 e 1982 no Curso de Formação de Professores do Colégio Cardeal Leme.
Poeta, ser humano sensível, pessoa generosa. Lançou seu primeiro livro, Eu... Poeta?, numa edição independente com 1.000 exemplares na primeira tiragem. Todo resultado da venda de sua 1ª edição foi doado à Ação Cristã Vicente Moretti, instituição que presta assistência médica e reabilita pessoas portadoras de necessidades especiais, gesto que poucas pessoas tiveram conhecimento. Citando Lya Luft, “A generosidade não é ruidosa”.
Lançou o 2º livro, Momentos, em 1984 e em 2000 Tu... Vida.
Há uns três anos perdi o contato com ele sabendo através de sua irmã que passava por um momento difícil. Esta semana soube que partiu para o andar de cima, está poetando por lá.
Contani, onde quer que você esteja receba meu carinho, meu agradecimento por tantas latas de leite doadas para “minhas crianças” soropositivas, pela confiança de tantas confidências e pelo privilégio de ter escrito o prefácio do seu 1º livro.
Saudades!!!!!!!
 
Prefácio: “Eu...Poeta?”
De repente me vi diante de uma tarefa importante: apresentar “Eu...Poeta?”.
O que dizer do poeta que ainda se questiona como tal, que diz em “Versos Vivos” que existe em cada letra, em cada palavra e que seus versos são pedaços de si...?
Dizer que Beto é um menino tímido vestido de gente grande...?
Dizer que Beto, ainda que com barba de homem adulto, nos revela faces coradas quando elogiado...?
Dizer que Beto transmite para a gente a sensibilidade de seu interior através de suas poesias...?
Saibam que o que vocês lerão daqui para frente não foram palavras perdidas em instantes efêmeros, mas sim o relato da necessidade de vida em homogêneas e heterogêneas substâncias de amor.
Gente, o Beto é simples, complexo e equilibrado...
26/08/82
 
Prefácio da 2ª edição de “Eu..Poeta?”
Em 1982 prefaciei a 1ª edição de “Eu...Poeta?”.
Beto era tímido, sonhador, poeta...
Dezoito anos passaram.
Beto, hoje, um empresário de sucesso, com grande capacidade de atuar, de transformar e até de reinventar a realidade que o cerca.
Continua sonhador? Sim!
Ele não perdeu a capacidade de indignar-se com as injustiças sociais, continua acreditando no homem, continua investindo nos seus relacionamentos interpessoais, continua amando o ser humano, continua acreditando na amizade, continua... Poeta!
Citando Guimarães Rosa “O importante e bonito do mundo é isso: Que as pessoas não foram terminadas mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.”
E eu orgulho-me de durante esses anos ter participado dessa exploração de partes diferentes de si mesmo, dessa união do homem/poeta, dessa construção de um ser humano especial!
19/06/2000