O VIRTUOSO.

O VIRTUOSO.

Orgulhoso, o menino caminhava,

Daquelas duas divisas,

Do lado esquerdo do braço,

Ou direito, ele não se lembra bem,

Mas, garboso, continuava a andar,

Pelas ruas do bairro,

Para a escola, para o cinema,

Principalmente quando seu irmão,

Chegava com aquela farda verde,

Bem(mal) passada a ferro,

Aqueles coturnos negros brilhantes,

Aquele corte de cabelo diferente,

Mas que causava brio no coração daquele menino,

Que estudava para ser Cabo do Exército,

Como seu irmão,

Que trazia mantimentos para alimentar a família pobre,

Que era uma figura impoluta,

Sinônimo de retidão e presteza,

Servindo irmãos como se fosse sua própria prole,

Apoiando sua mãe na educação dos menores,

A melhor caligrafia entre os filhos,

Sendo promovido, por bons serviços prestados,

A Sargento do 1º Regimento de Infantaria,

Até chegar o alcoolismo,

Que destruiu este ser de dar inveja,

Este rapaz/homem,

Que se tornou escravo da bebida,

Até seu final.

Homenagem póstumo a meu irmão Jair de Oliveira.

Por: Jaymeofilho.

22/10/2010.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 22/10/2010
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