Sepulcro caiado (homenagem ao pastor)

Quando estava morto

Dentro do sepulcro caiado

Com faixas a esconder

As feridas da lepra mundana;

Outros cadáveres mortos como eu,

Faziam grande festa.

Todos nós tínhamos faixas

A esconder as chagas.

Assim era naquele sepulcro...

Muitas vezes ouvi vozes.

Elas falavam de outro viver.

De repente, comecei a observar,

Prestei atenção a essas pessoas.

Observei seu modo de falar,

Seu modo de se vestir e se portar...

Decidi então, nessa empreitada entrar.

Queria aquele modo de vida; entrei!

Mas qual o que, não durou muito

E pro jazigo caiado, voltei...

Assim passou o tempo

Até que certo dia

Uma voz muito forte ouvi.

Ela parecia um trovão;

Dizia: “----X----“, saia!

E não é que eu sai...

Mas possuía as faixas da podridão.

Afinal como Lázaro que jazia há 4 dias,

Eu por minha vez

Jazia há 40 anos.

Fiquei com as faixas

Por algum tempo

Até que para a missão

De retirá-las

O Senhor, chamou o senhor, Pastor!

Ainda está me desenfaixando

E assim, me deixando livre

Para caminhar nesse novo

E limpo caminho, onde;

De um sepulcro caiado

No cemitério do mundo,

Passei para a liberdade

No paraíso, deste mesmo mundo...

José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 22/11/2010
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