Quando o sonho dói...

O afiado fio do poder

Não sente dor

Então corta

Onde dói não conta

Não sangra

Fingindo indolor

Ignora e,

O irmão aborta...

Amordaça o querer,

A vontade nega

Em nome do amor,

Renuncia, renega...

Um irmão é só um irmão

É menor...

Um sonho é de muitos

Um sonho é maior

E, sonhar não dói...

Será?!

As marcas riscam

Ficam...

Na pele, na história

Cicatrizam,

Deixam nódoas,

Manchas...

E se repete a falácia

A hipocrisia

Disfarça,

Veste a máscara

Pinta a face

A bandeira tremula

E o poder escapula...

A chibata amaina

O discurso abranda

E o militante, zanga, zanga

Xinga, trai,

Recua, avança,

Chora, cai...

Ah, mas o verdadeiro guerreiro,

Levanta!

Encoraja-se,

Acalma a dor, a traição perdoa

Perdoa a zanga...

O pranto enxuga,

A bandeira empunha e, de

Voz embargada até canta,

Arrisca... um hino

O canto ressoa

Num grito de

Liberdade,

Sua dor ecoa!

Até quando... até quando?!

Há que sonhar, lutar e ceifar companheiro, há que ser mártir o guerreiro?!

E, sonhar não dói...

Será?!

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 16/12/2010
Reeditado em 21/12/2010
Código do texto: T2674354
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.