“À Minha Musa” e “A Flauta” A Todas as Mulheres, a outra metade do Céu

(apresentando O Transversal)

Não sou particularmente adepto de Dias Internacionais. Penso que se eles existem é porque algo está mal, o que é o caso relativamente à Mulher, em todos os países do Mundo.

Para todas as Mulheres, “a outra metade do céu” como dizem os chineses, deixo dois poemas de dois Poetas Maiores, que me têm acompanhado:

“À Minha Musa” de Teixeira de Pascoaes

“A Flauta” de Sophia de Mello Breyner Andresen

Apenas uma nota, escolhas, valem o que valem, cada um escolheria outros poemas, outros poetas, poetisas, esta é a minha.

“À Minha Musa” de Teixeira de Pascoaes

“ Senhora da manhã vitoriosa

E também do crepúsculo vencido,

Ó senhora da noite misteriosa,

Por quem ando, nas trevas, confundido.

Perfil de luz!Imagem religiosa!

Ó dor e amor!Ó sol e luar dorido!

Corpo, que é alma escrava dolorosa,

Alma, que é corpo livre redimido.

Mulher perfeita em sonho e realidade,

Aparição divina da Saudade...

Ó Eva, toda em flor deslumbrada!

Casamento da lágrima e do riso;

O céu e a terra, o inferno e o paraíso,

Beijo rezado e oração beijada.”

“A Flauta” de Sophia de Mello Breyner Andresen

“No canto do quarto a sombra tocou sua pequena flauta

Foi então que me lembrei de cisternas e medusas

E do brilho mortal da praia nua

Estava o anel da noite solenemente posto no meu dedo

E a navegação do silêncio continuou sua viagem antiquíssima”

Abraço Vos Mulheres.