Esta menina é uma Senhora...
Para Francineti Carvalho, pelo seu niver.
Talvez com versos que são da mesma substancia
Possa-se falar de tua Alma e toda a sua essência
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No teu gesticular parece arrancar das entranhas
Todas as forças que herdastes para gerir pessoas e almas.
Todo um saber lidar com o povo que é teu...
E brotam com rigor de quem precisa decidir
Ou com o afago de quem quer bem aos teus.
Olhos miúdos e verdes numa face dourada.
Ornada gentilmente pelo sol equatorial.
Nele, toda a Amazônia se manifesta incrustada,
Como um sorriso límpido e espontâneo.
As águas que neles correm são lágrimas e rios
Do amor por esta terra que tu mesma pisas.
Como a aguar o calor com brisas e banhos frios
Ou as alegrias com o amor, que o dia eterniza.
Lágrimas de carinho e alegria pelo seu povo
Igarapés que desaguam em cada etapa vencida
Rios de esforços para dar de si o melhor pela cidade.
Esta menina com o olhar terno e bonito é uma mulher.
Uma mulher com um olhar e sorriso brejeiro, fina.
Que caminha descalça, canta, banha-se em igarapé.
Sob a égide do trabalho toma decisões, sabe o que quer
Esta menina é uma Senhora...
Abraça uma cidade em seu colo, como mãe.
Com o amor que se derrama da alma, cresce
Multiplica-se para atender a todos que tem
Tira donde não tem, para que todos tenham.
Sob o luar, esta Senhora é encantada como os versos que faz
Sua alma corre chapeando os pés nas águas do rio
E sai derramando benesses por toda a cidade.
Esta Senhora é uma menina...
Essa menina é uma mulher...
Esta mulher é hoje a mãe da cidade.