Meu Pai...
Em muitas oportunidades em nossa vida é difícil dizer ti amo. Angustiante é olhar em tantos anos, passarem os ventos da vida, invernos, verões, o céu indo e voltando pelos nossos dias, a dor e a saudade revezando-se no ínterim de parcas horas de alegrias, sem que nelas se vislumbre a oportunidade de dizer ti amo, é uma silhueta da realidade vestida de tristeza que pousa na alma nos acordando para a ausência.
Talvez num tempo em que meu chão se transformará num pedaço do teu céu, nos olhemos, frente a frente, como fazem os amigos quando tem algo a dizer um ao outro, e quem sabe então resgate o sorriso, sombreado desde há muito, quando minha face tinha a tez da juventude, e assimilou a falta, mas nunca se acostumou à saudade do teu olhar.
Quando se tem 7 anos, a inconsistência dos sentimentos é generosa em nos proteger de certas tragédias, naquela primavera de 1968, iam-se muitos ídolos, Jim Clark se fora, Chê iria também, a juventude lamentava as perdas, mas eu só acordaria para a falta definitiva de meu ídolo dias depois, quando não mais sentia o cheiro, não ouvia a voz e não via mais aproximar-se do portão, o meu ídolo, aquele que me faria falta pelos 43 anos seguintes, até os dias de hoje, meu pai.
Nem todas as flores de todas as primaveras destes anos, poderiam sobrepor o perfume que emana do carinho de pai, o coração e a alma, abertos para a imensidão da eternidade jamais poderiam resgatar os olhos que se foram e que poderiam receber a ternura de um ser humano lhe dizendo, ti amo, pois na dimensão em que se encontram apenas esperam que um dia possam receber o abraço que reatará a grande amizade que o céu e a terra separaram, e que Deus em sua infinita bondade, poderá reunir para a eternidade.
Malgaxe
Em muitas oportunidades em nossa vida é difícil dizer ti amo. Angustiante é olhar em tantos anos, passarem os ventos da vida, invernos, verões, o céu indo e voltando pelos nossos dias, a dor e a saudade revezando-se no ínterim de parcas horas de alegrias, sem que nelas se vislumbre a oportunidade de dizer ti amo, é uma silhueta da realidade vestida de tristeza que pousa na alma nos acordando para a ausência.
Talvez num tempo em que meu chão se transformará num pedaço do teu céu, nos olhemos, frente a frente, como fazem os amigos quando tem algo a dizer um ao outro, e quem sabe então resgate o sorriso, sombreado desde há muito, quando minha face tinha a tez da juventude, e assimilou a falta, mas nunca se acostumou à saudade do teu olhar.
Quando se tem 7 anos, a inconsistência dos sentimentos é generosa em nos proteger de certas tragédias, naquela primavera de 1968, iam-se muitos ídolos, Jim Clark se fora, Chê iria também, a juventude lamentava as perdas, mas eu só acordaria para a falta definitiva de meu ídolo dias depois, quando não mais sentia o cheiro, não ouvia a voz e não via mais aproximar-se do portão, o meu ídolo, aquele que me faria falta pelos 43 anos seguintes, até os dias de hoje, meu pai.
Nem todas as flores de todas as primaveras destes anos, poderiam sobrepor o perfume que emana do carinho de pai, o coração e a alma, abertos para a imensidão da eternidade jamais poderiam resgatar os olhos que se foram e que poderiam receber a ternura de um ser humano lhe dizendo, ti amo, pois na dimensão em que se encontram apenas esperam que um dia possam receber o abraço que reatará a grande amizade que o céu e a terra separaram, e que Deus em sua infinita bondade, poderá reunir para a eternidade.
Malgaxe