HOMENAGAEM A POETISA CORA CORALINA
Aprecio tanto as poesias de Cora Coralina, grande poetisa do Estado de Goiás, que estou presenteando a todos do recanto, com essa homenagem.
Cora Coralina (1889/1985) descobriu-se poeta já velhinha, depois de uma vida de luta, um casamento desastroso que ela carregou corajosamente e, só após a morte do marido, conseguiu se ver mulher e poeta.
Vejam como neste poema “Poeminha do Amoroso”, ela entrega seu amor ao amado. Sintam que riqueza de experiência humana, que sensibilidade e lirismo.
POEMINHA AMOROSO
Este é um poema de amor
Tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
De luta e de brisa e de céu...
E eu,
Quero te servir a poesia
Numa concha azul do mar
Ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu passas a entender meu amor.
Mas se isso não acontecer, não importa.
Já está declarado e estampado
Nas linhas e entrelinhas
Deste pequeno poema,
O verso:
O tão famoso e inesperado verso que
Te deixa pasmo,surpreso, perplexo...
Eu te amo, perdoa-me, eu te amo.
Segundo a opinião da amiga e poetisa Olympia Salete Rodrigues, quando Cora Coralina escreveu este poema, tinha o rosto enrugado, o corpo alquebrado e maltratado pela vida, mas tinha a alma lisa e pura, bem como ao escrever, a certeza de sua grandeza como ser humano, um coração que pulsava, ao ritmo da própria idade.
Eu a considero de uma nobreza e de uma grandeza sem tamanho, pois nos deixou uma grande lição e exemplos de vida para seguirmos.