Ao mestre que me ensinou que grandes Penas são vestidas de humildade.


Tu te foste. Em um instante aqui no outro não.
Ainda acordo pela manha com a sensação de irrealidade. Seu espaço continua igual, só falta o essencial.Falta o mover da vida, primordial.
Entrei na tua casa, ainda há lagrimas a rolar.
Mas começou a divisão. Ganhei um livro. Pequeno Príncipe. Exemplar antigo e bem cuidado.
Sentei aqui e te escrevo. Rolam lagrimas nessa contemplação. Penso no Príncipe e nos seus ensinamentos. Todos tão coerentes.
Imagino-te tão longe. Voltastes ao teu planeta.
Dia triste foi aquele. Penas a chorar. Pelos becos e ruelas,nas mesas das tabernas.Cuiabá a te chorar. Meu mestre, meu amigo. Professor das letras, amizade sem medida.Tão sem experiência a minha pena. Ganhando confiança no teu sorrir.
Na despedida encheram-te de flores, luz de velas a enfeitar. Entre lagrimas fiquei a sorrir. Ironia é nosso porvir. Se pudesse levantar com certeza tu dirias.
Levem daqui essas flores, essas velas. Enfeitem-me com muitas penas. Quero poetas e suas lendas.Seja lágrimas ,seja risos.Quero texto,quero dilemas.Cheiro de tinta e muita emenda.
Operários das penas se entendem. Palavras são oficio. Escolhido pelo amor.
Nunca mais o som da voz a indagar os rumos da minha pena. Digo-te: anda ousada minha pena. Aprendi com um professor. Cuja pena criou rimas.No caminho fez se lenda.Lição mas importante do professor.Escrever é um ato de amor.Uma pena nunca será o centro do universo.É somente mais uma pena,que baila com outras penas.Segredo da perfeição; se curvar sempre a outras penas.Humildade.
Essa pena tão pequena rende hoje homenagem.
Ao mestre, poeta, amigo. Que se foi sem avisar.Por odiar despedidas partiu sem acenar.
Longa estrada, bem vivida. Oitenta foi seu numero. Lucidez a sua marca.Sabia que a pena tem que chorar,mas também se rebelar.
Deixo aqui eternizado teu jeito de iluminar.
Pena era a palavra que usava para criticar, elogiar, ensinar. Guiar nossa caneta,teclado e afins.Sempre pena.Louca,maravilhosa,magnífica,mal usada e por ai.
Essa pena se inclina para a pena que descansa no tinteiro. Nunca mais vai voar sobre o papel...
Em algum lugar ao longe ouvira o som das inúmeras penas que ensinastes a voar. Esperando com certeza que façam um vôo produtivo. Sem nunca outra pena plagiar.


Su Aquino
Enviado por Su Aquino em 25/08/2011
Reeditado em 05/10/2011
Código do texto: T3181353
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