CAMINHANDO NO MUNDO... (Eis aqui a alma de um poeta que andava adormecida!)
"Essa homenagem (justa homenagem)... é para o Tio João. O texto a seguir, é uma belíssima poesia que ele escreveu (e que gentilmente permitiu que eu o publicasse aqui).
Tio João eu e todos de nossa família agradecemos a Deus a oportunidade de tê-lo como nosso parente... Sua história é sem dúvida um exemplo de perseverança, determinação e fé em Deus!!! O admiramos demais!!! Espero que sua bela poesia dê ânimo e esperança para os que de alguma forma se identificar com a sua trajetória e que assim como o senhor, trace um novo caminho!!! Receba esta singela homenagem... Você é muito ESPECIAL... é sem dúvida nenhuma UM VITORIOSO!!! Beijos no coração de sua sobrinha: Simone (aqui: Doce Solidão)"
Caminhando no Mundo...
Um dia; vi-me um fracassado, dando passos largos no caminho errado.
Sem noção, na contramão, apanhando do mundo, me pondo a sofrer.
E, meu descuido foi tamanho, que nem percebi o trapo que me tornei.
E neste mundo de incertezas, mesmo na fraqueza, ainda pude perceber.
Que estava atolado até o pescoço no lamaçal que eu mesmo preparei.
Vida largada, excluso, inconformado, bêbado, correndo atrás do nada.
Como doente, vivendo meu tédio, negando o mal que o álcool me fazia.
Brinquei com a sorte, e lá fui eu curtir minha miséria nesta impiedosa agonia.
Sem rumo, sem norte, só sobrou lamentos, e assim; fracassado e inseguro
Não me veio que é no presente que se escreve as páginas do futuro.
E neste puro inferno, cheio de lero-lero; remei contra o vento.
Dei com a cara contra o muro, perdi a alegria, colhi desalento.
Titubeei-me e no pesadelo acordado; perdi o direito de sonhar.
Excluído, na dor do desamor, foi tão difícil tudo isto suportar.
Senti as portas da esperança à sete chaves trancada.
Vida atribulada, quase demente, indolente, mente fechada.
A estas alturas; no inconformismo dizia: Que Deus que nada!!
De boa praça, perdi a graça e não passei de um mau exemplo.
Fiz-me traste, perdi a classe, sem cuidados, sem acalento.
Um lixo, um bicho, carregando dentro d'alma; raiva e ressentimento.
Não era apenas eu quem sofria, com a minha teimosia, a família adoecia.
Mas, eis que um dia ela se cansou, vendo minha rebeldia, e, aí me deserdou.
E no amargor do desprezo, mal pude avaliar, quanto a coisa piorou.
Parecia que o mundo conspirava contra mim, parecia não haver mais saída.
Vi o desengano indo comigo a frente e a esperança ficando atrás.
Vi-me pequeno e fraco, envolvido nas amarras da podridão do álcool.
Mas como o meu Deus Onipotente tem mais forças que Satanás!
Fez-me ver, ao deparar comigo mesmo que; existia uma saída!
Mostrou-me com todas as letras que; eu era o meu maior problema.
A única e expressiva razão de meu dilema.
Naquela agonia, não podia ver e nem sentir quem ouvia.
O clamor de um pobre bêbado, sujo, infeliz e desprezado.
Vivendo neste mundo de desterro, já sem fé, tentando sem Deus,
Mas, Ele é Pai, não foge da raia, e por Ele nunca fui abandonado.
E na sua misericórdia infinita, um grande milagre fez acontecer.
Não foi por justiça!! Muito menos pelo merecer. Porque foi nem sei!!
Incrédulo, contraditório na fraqueza relutei, na desesperança blasfemei.
Mesmo assim; levou-me a A.A., e, deu-me forças para uma nova vida começar!
E nesta caminhada triunfal, aprendi a combater o mal, fiz meu mundo racional.
Saí da dor, amei meu Salvador, me amei, avancei barreiras, me fiz servil.
Reconquistei minha família, recuperei meu prestígio e minha cidadania.
Atribuo todos os méritos do rompimento das amarras ao Pai Celestial.
Sinto-me livre do infortúnio, da melancolia, da vida que maldizia.
Assistido, beneficiado, e salvo pelo meu Bom Deus! Quanta alegria!!!!
Chega de correr de Deus, de vida de fariseu, de ser quem não quero ser.
De ser um infeliz a mais, abandonando o Criador, fazendo o que não se faz.
De ser um pobre de espírito, achando-se o mais bonito, ingerindo este veneno.
De antecipar a partida, sabendo que na outra vida, com conduta descabida,
Será grande o sofrimento, por puro merecimento, sendo um homem tão pequeno.
Assim termino minha história, sou mesmo um vitorioso.
Mas já fui arrastado para fora, de um boteco seboso.
E minha vida a todos prova, que o AA., é milagroso.
Que estas palavras sejam como poeiras radioativas, para dissolver e maltratar minha individualidade desafiante, minha grandiosidade, e, a todos os demais males que ainda existam em mim.
Autor: João