AOS MEUS OLHOS
O Perfil do Poeta MARIO ROBERTO GUIMARÃES.


“Mas” é o primeiro poema publicado por Mario Roberto Guimarães no Recanto das Letras. Nos versos dessa poesia o poeta nos fala a que veio. Fala do amor, da natureza e do relacionamento humano,e, com muita destreza se define poeta. Destaco, do poema citado,
fragmentos da terceira estrofe.

“ ...
Deixando aos homens o uso de suas habilidades,
...
Abriu, à mente dos homens, o estudo da ciência,
...
Mas, para que eu me afastasse dessa ilusão confusa,
Fez-me nascer poeta e deu-te a mim, por musa.

...”

Mas, quem pode de fato conhecer um poeta?
Quem é esse homem que escreve e escreve numa compulsão estanque?

É Homem que se fez na vida sozinho. Abriu os olhos e não quis ter cegueira. Viu e vê tudo que o cerca. Sua idade não é cronologia, é idade de poeta que nasce assim e se eterniza em veios abertos para quem o quiser enxergar, para quem o quiser ler não só com os olhos. Mario não se encontra que um só lugar, ele divaga, deriva e nos oferta sempre versos cheios de vida. Seus olhos enriquecidos, pelo seu coração falante que verte palavras, entram e encantam corações e almas. Por seus textos nos sentimos despidos de nossas armaduras e podemos dar vazão a tudo que é sentimento, a tudo que negamos na frente do vizinho e dos colegas de trabalho. Foi assim, que lendo e lendo esse poeta me encantei e continuo a querer ser mais imantada por suas palavras. Quem a ele se chega não se cansa da vida, vê uma realidade não menos crua, mas uma outra que é passível de ser, de viver sem o corromper da sua alma, sem o corromper da sua carne.

Mario leu seu primeiro soneto aos dez anos de idade, e se encantou por essa forma de escrever. Começou a escrever durante a juventude e foi pela vida afora escrevendo, sempre em forma poética. Infelizmente nada guardou, pois o autor considerava seus escritos meros “rabiscos”. Somente a partir de 2003 - com a vida ganha e Bacharel em Direito – Mario, Servidor Público como tantos outros poetas brasileiros, retoma com maior devoção e afinco à sua vocação de escritor de versos, de sonetos, de poesias que exaltam seus sentimentos vivenciados e assimilados, visão de seus olhos contemplativos de poeta e seu coração de amante eterno, e, para o bem da literatura não mais consegui parar. Ele publica cerca de três textos diariamente, quase sempre nos primeiros minutos do começar de um novo dia. Seria de propósito? Assim estaria o autor presenteando a vida que se renova? É difícil não acompanhar suas publicações, ele sempre oferta uma leitura leve, suave, reflexiva e cheia de novas emoções.

Dentre seus autores prediletos estão: Archangelus e Alphonsus de Guimaraens, Camões, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Antero de Quental e Cruz e Souza. Não sei dizer se em seus poemas há ou não uma influência direta dos autores que gosta de ler. Seu estilo de escrever é muito próprio, ele tem facilidade e habilidade natas para formar e complementar idéias. Nota-se isso até quando ele escreve com outros autores do Recanto. Mario é uma marca não patenteada, mas registrada para quem o lê.

Certo dia li um texto que não está publicada no Recanto das Letras, e o conteúdo me deixou marcada para sempre. Então, vi no autor um novo encanto, um lado que está implícito em seus poemas, e para aqui transcrevo parte de suas sábias palavras.

“Filosoficamente falando, creio que o maior problema
da sociedade, seja ela de onde for, é que sempre fica
esquecida a personagem principal da organização
social, que é o ser humano.”
Mario.

Poetizar não é para os cegos de alma. Poetizar é sentir o seu sentir; é sentir o sentir do outro, é transformar o sentir - sorrir ou chorar - em palavras que esvaziam o lixo que por vezes atinge a nossa calma. Mario é assim. É o meu poeta de cabeceira. Daqueles que a gente lê todo dia, e todo dia se renova. Por isso deixo aqui uma poesia para esse meu querido amigo. E, se ele não ousou se perfilar é porquê os seus versos o fazem por ele.


SEM ACENTO, POR FAVOR!
Divina Reis Jatobá

Azul no céu,
Ele sentado na praça.
Olhos observadores
Percorrem todos os cantos.
Não foge da sua vista a mulher amada,
Nem tão pouco a criança que brinca.
Atrás dele tem uma casa antiga, de muitas moradas.
Aprendeu que a vida é esse observar encantado,
É descobrir em todos os lados, todos os cantos,
Uma sinfonia de palavras.
Esse é o mundo de Mario.
Sem acento, por favor!



Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 01/01/2007
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T333387
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