DIREITO - Por Luiz Roberto Bodstein (Ao soneto DESILUSÃO)

Essa desilusão é só o lamento

de quem já tem por dentro tal ferida

que só traduz-se em dor seu alimento...

por não ter mais sentido a própria vida.

É quando até o perdão já se dispensa

pois que só punição é o que se busca.

E a dor que já se mostra tão intensa...

Não vê sofrer maior, pois que ela o ofusca!

Não temas, pois... Não busco ser-te amável.

Nem vou te elogiar... Pedir-te apuro!

Respeito a tua vontade inquestionável!

Aceito a tua descrença e o teu perjuro

e o teu sofrer é mais que razoável:

Precisas ser intenso, não seguro!

Luiz Roberto Bodstein

DESILUSÃO

Estou faminto mas não quero comida.

Quem me ajudou na cara caçoei.

Quem me chamou fingi que não notei.

Estou sem teto mas não quero guarida.

Não me perdoe, pois já me condenei!

Não busque cura, pois quero é a ferida!

Não seja honesto, minha alma é fingida!

Não me abençoe, eu me amaldiçoei!

Não seja amável! Eu quero desavença...

Não me elogie! Eu quero é ofensa...

Não me ensine: Não quero aprender...

Não me absolva: Eu quero a sentença...

Por mim não ore: Eu perdi a crença...

Não me perfume: Eu quero é feder...

GERAILTON CAVALCANTE
Enviado por GERAILTON CAVALCANTE em 30/11/2011
Reeditado em 06/03/2012
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