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Rei do Baião,

Desde que sua sanfona branca - há vinte anos - parou de tocar, nunca mais o ABC do Sertão foi o mesmo...


A sabiá olha para o céu e vê o assum preto, cego dos zói, cantando de dor, lamentando sua triste partida...

O luar do sertão nunca mais foi o mesmo, falta o vôo de sua asa branca...

A súplica cearense, sai sangrando nas vozes da seca...

A vida de viajante não é a mesma sem os dezessete e setecentos da Karolina com o K, que não tem mais cintura fina...

Ficou a saudade do forró no escurono meu pé de serra, onde era danado de bom olhar o riacho do navio...

Nunca mais ouvimos uma lorota boa embaixo do juazeiro ou sentados, as margens da lagoa do amor...

Mas, nessa estrada da vida tem sempre alguém subindo para o céu, deixando uma rede véia no sertão sofredor...

Descanse em paz no jardim da saudade, Januário vai tocar o baião dos namorados para amenizar a saudade da terra boa...

Depois do adeus, o baião ficou ruim qui nem jiló, mas com certeza teve festa no céu...

Saudades Gonzagão, você foi muito mais que o filho de Januário e o pai de Gonzaguinha...



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N.A:

1. As palavras em destaque são títulos de músicas do Rei do Baião.

2. Texto publicado originalmente dia 02/08/2009, quando fez 20 anos de sua morte. Hoje, se vivo ele fosse, faria 99 anos.



Homenagem da Cantora  ao Rei do Baião http://www.youtube.com/watch?v=QGWzUeQKX7M&feature=youtu.be








Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 13/12/2011
Reeditado em 13/12/2011
Código do texto: T3387415
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