MÃE, SETENTA ANOS – 21/12/2011

Mãe, alguém já disse: “Nome pequeno, mas de extraordinário significado”. Pois é, neste memorável dia, quero me referir a nossa mãe, digamos, dos seus oito filhos biológicos e também de tantos outros, por adoção, por simpatia ou por falta de aconchego. Nossa mãe, sempre severa, exigente e austera, mas também muitas vezes aquela severidade era, digamos, a forma de demonstrar sua autoridade, o coração não refletia a mesma coisa. Nunca vimos, mas sabem-se lá, quantas lágrimas escondidas rolaram após uma decisão? Há três ou quatro décadas passadas as coisas eram mais difíceis, do alimento às vestes, passando por tratamento de saúde e escassez de dinheiro para o mínimo de sustento familiar. Sempre nossa mãe dava um jeito. Compunha os braços do nosso pai.

Mas isso não basta, não pode ser apenas esse nome pequeno, tem que ser grande, não como mãezona, aquela que todos a chamam de general, mas assim como: mãezinha, que não carece ter tantos distintivos, basta um: o coração e com isso receber como gratificação: o amor e o respeito de todos os seus e os que vão chegando. Vamos ser sinceros, agora é a hora da verdade, dos filhos, quem não ficou frustrado, às vezes até com raiva ao receber um sonoro NÃO ou então por causa daquela cinturada, sandalhada, e também não era uma tapinha não, essa mão fina já pesou muito. Mas sabem o que significava aquilo, era amor, era a perspectiva de manutenção da vida, assim como diz o poeta: “quando a gente ama é claro que a gente cuida”, sem aquele “fala que me ama, só que é da boca pra fora”, naqueles momentos, demonstrava sim que nos amava só que era do coração adentro.

Mãe, dizem que Deus precisa das pessoas, por isso que vive chamando-as para subirem junto a ele. Particularmente eu espero que lá no céu, junto dele existam pessoas até bem mais preparadas do que a senhora, para que ele nem precise tão logo dos seus abnegados afazeres e a mantenha conosco por um longo período. Que esses setenta anos estejam ainda na fase da pré maturescência.

Mãe, chegar aos setenta anos representa estar solidificada nos mimos de Deus, porque a vida terrena é muito atribulada e curta, diante da promessa da eternidade, vez por outra nos causa sofrimentos, angústias e dores, principalmente pela perda de nossos entes queridos, como os Silvandros, a Risocleide, carinhosamente chamada de Neca e o Sebastião Nogueira, quarenta e tantos anos de convivência, de cumplicidade, companheirismo e afeição. É, os projetos são do Pai todo poderoso, ai de nós blasfemarmos. Entretanto, Ele não nos abandonaria a ponto de nos deixar perpetuamente nesse estado. Ele criou o tempo, e este faz a sua parte tão bem feita que até nos distrai para outros nortes e assim ameniza tantas incertezas.

Lembro-me com tristeza daquele dia dois de fevereiro de 2002, nosso pai passou para a eternidade, aquele cara carrancudo, sempre muito sério, nada daquilo, também tinha um coração cheio de amor e medo que nos acontecesse algo negativo e daí, nossa mãe teve que acumular e carregar mais esse fardo e mais uma vez transpassou as barreiras, passou a ser pai também, até para pegar “pesado” conosco, quando necessário. Algumas doenças ameaçam sua integridade física e o que ela faz? Nocauteia como se não fosse com ela. É assim que nossa mãe exemplifica um ser obstinado e firme, sempre em consonância com as diretrizes emanadas por Deus.

Nesta ocasião, rogamos com o ardor dos nossos corações que Deus ilumine todos os seus passos, para que não encontre obstáculos na sua caminhada e seja sempre essa mãe carinhosa e dedicada àqueles que lhes são caros, que jamais oculte as filosofias divinas e viva-as com constância e perseverança. Pois este é o caminho.

Mãe, nossa eterna gratidão por tudo que a Senhora fez e passou por nós.

Dos seus filhos: Risoneide, Sanderley, Sandry, Risoleide, Risogleide, Sebastião e Risonilde.