OBRIGADO LIOZÍRIO FERREIRA
Ele nasceu em 1920, estava com 92 anos de vida, todos eles, dedicado a sua familia e a sua terra, Correntina, de onde nunca se afastou, senão para breves visitas aos filhos que residem na Capital Brasília. 

Cuidaremos Lió, para que todos os correntinenses tenham a opotunidade de saber foi Lió, pelo menos um pouquinho, do tanto que sei de sua história e assim, ao final desta homenagem, tecer seus próprios comentários de honra e gratidão por tudo que você continuará sendo em nossa história, que agora fecha mais uma página, com a assinatura da saudade. 


- Viva Liozírio Ferreira! Um dos poucos heróis que enfrentaram o período da ditadura em Correntina!

O pouco que sei é mais que suficiente para faze-lo digno de todo o mérito; pela luta empreendida em favor do seu povo. Sua influência na história política e social, em prol do bem estar dos seus; "eras de fato essência, quase que extrato" (TG)  genuinamente correntinense, de coração, alma, corpo e mente, correntinense, correntinense... nem antes ou depois, outros lhe substituira no pódio das honrarias, conquistado pelo  mérito.

Você se fez merecedor de uma página no livro da história deste povo;  mesmo que alguns pareçam indiferente e seguem no rumo que o vento sopra. Você escreveu com suor e sangue uma saga de luta, brigou pela paz, pela prósperidade e com claves musicas sopradas pela curvas de um sax tenor, você nos elevou ao apto da alegria, de ter vivido momentos inesquecíveis, que eternizou centenas de meninos que hoje choram, sua ausência. 

Espero que não tenha sido um funeral como outro qualquer; que as autoridades tenham estado presentes, que a filarmônica municipal e os meninos filarmônicos de Roberto Joaquim e Weden Costa, tenham redobrado o dobrado e  cortejo tenha despertado a todos, mesmo que tardiamente, para os méritos que você, sempre se fara digno.

Fogos, discursos, lágrimas, sorrisos... afinal um grande homem em Correntina também "morre pra vida e entra para a história";  (GV)  que a solenidade tenha tido em seu apso momento, o bailar da valsa Correntina ecoando ao vento, nos quatro cantos da cidade, como homenagem suprema dedicada aos grandes homens, bravos guerreiros da liberdade, em nosso já escasso celeiro de herois, que fecha mais um cículo de vida. Por fim, que a tristeza tenha sido um sentimento apenas aparente e a família tenha sentido o conforto das homenagens e da gratidão por tudo que continuará sendo o velho Lió.

Não sei de seu relacionamento como Pai, esposo, mas sabemos que foi além da foto de família. A rigidez da época regada ao amor incomparável de Pai. Você é merecedor desta minha dedicação, que certamente será por muitos reconhecida, ao ser compartilhada neste imenso mundo virtual, quando todos podemos dizer em uma só voz: - 
OBRIGADO VELHO LIÓ!,

Obrigado pelas doces lembranças de meninos que guardamos  e por tantos sonhos cultivados pelas ruas da cidade, quando em procissão, eu e tantos outros  seguiamos a velha e inquecível Filarmônica Correntinenses, em traje de gala, desfilar pelas ruas, executando dobrados que nunca, jamais, esqueceremos.  Alguém sempre irá vê-lo com um "baita" sax tenor a redobrar as notas dos velhos dobrados e na estreita ruela onde sempre morou, vamos ter a sensação de ouvir um sax, solitário a chorar numa noite fria... Você nos encantou com seu talento mágico e escreveu em cada um de nós,  as memorias de um tempo que nunca passa. 

 
Obrigado Lió, por ser o referencial de tantos e tantos meninos e por ser parte de nossos sonhos. que o fez ser hoje, páginas de nossas recordações. O seu sax, fosse tenor, soprano, alto ou baixo vai continuar com sua melodia mágica pelas plagas celestial, enquanto aqui, a saudade por certo vai se amenizando a cada dia que se vai... entretanto para a família, nada passará com a simplecidade de um dia que se foi; para eles tudo vai mais além das lembranças. Acostumamos com a ausencia, mas sabemos que há um espírito presente que faz eterna a presença de uma Mãe... um Pai... um irmão. Vai Lió, junte-se a Pedro, Marcelino e Nelson bravos irmãos e irmãs  Ferreiras, que com você escreveu parte de nossa história..

 


O velho artesão de calçados e artes em couro não só calçou pés, vestiu vaqueiros,  como também honrou a criação dos seis filhos; belos meninos e encantadoras meninas, que se tornaram homens e mulheres de bem, capazes de vencer as durezas da vida!  O velho poeta, sapateiro, músico se foi e deixou em cada um de nós, um pedaço de sua alma generosa.

O grande poeta das memoráveis campanhas políticas, numa época em que se  tinham orgulho da política pratica no município correntinense e no Brasil. Liozirio Ferreira, o discípulo fiel de Dr. Lauro Joaquim de Araújo, oposição por idealismo e consciência; sempre soube responder aos adversários, suas provocações políticas com composições inéditas, as vezes paródias. Foi Ele um dos poucos compositores a compor e musicar e elaborar a partitura de suas canções sob medida;  velho maestro que regeu inesquecíveis comícios na sede ou no interior do município de Correntina.

 
Entre tantas canções e paródias compostas pelo velho Lio, algumas tornaram-se marcantes, não só pelo momento vivido, mas pelo alegria e esperança gerada nas ruas, nos comícios políticos, que se transformavam em verdadeiros carnavais de rua, com a charanga acendendo a chama da fé, da esperança, por uma mudança  que até hoje não ocorreu aos moldes desejados e preciso. Depois de Teófilo Guerra, Correntina caiu em desgraça e hoje vive em coma profundo, sob o comando de um néscio que nos levou ao caos.

Mas, vamos lembrar e homenagear o velho LIÓ, Liozirio Ferreira, ainda é tempo. Seu corpo ontem desceu ao túmulo e suas lembranças e feitos se assanharam como poeira, na brisa que passava...  Mesmo sem vida, inerte no esquife Lio silenciosamente dialogava com cada um dos presentes, com sua face de morto tímido, contido,  evocando as lembranças em  cada um de nós...

À  familia nossa solidariedade na dor da separação; à Correntina  nosso pesar por perder  um homem íntegro, honrado, com alma de artista.  Dia 21 de janeiro o velho Lió partiu... estava internado em Brasília, sob os cuidados dos filhos que lá habitam, enquanto no Ranchão mais um colorido baile do Havaii acontecia e alí  Eu e Jaime Ferreira, (sobrinho) lembrávamos quem foi o velho Lió, que continuará sendo para nossa geração, um grande poeta, musico, profissional, cidadão político participativo e Pai dos filhos que hão de honrar sua memória.

............. alguns de suas inspirações políticas ---------------------------


Desta vez a coisa é diferente

o próprio povo é quem está pra frente    (giria popular da época)
quando o povo quer ninguém mais pode
e quem não pode tem que virar bode .
                                         
  (dizia-se que a Arena tinha um bode preto com o qual fazia
                                           ritual para não perder nenhuma eleição, mas na verdade 
                                           era a força da ditadura que lhe assegurava o pleito..)

Nem que chora, nem que berra
só não queremos é Guerra              
(candidato da situação.)

pois nós somos da Paz não podemos dar pra trás
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
fura agora sim, com Zoroastro e Joaquim"    
(candidatos da oposição)


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Bombeiros apagando fogo ao subir a ladeira
a caminho de casa                                   
(subida do São Manoel)
a    mangueira furou lá  no meio da estrada
enquanto isso se passava o MDB mandava brasa...

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Nós do "manda brasa"              
(gíria que rotulos o partido na época)
não temos medo de perder a eleição
porque a vitória já não é problema
o nosso lema é "botar pra valer" 
(gíria da época)

a vitória desta vez é do MDB.

Eles têm mágoa tem por isso falam de alguém
e chegam até chorar, fingindo sempre que ri

mas é mentira eu lhes posso garantir
o corre corre desta gente não me deixa mais dormir...

Letra: Iôzinho
Musica: Liozirio
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 ADEUS LIÓ!