SANTOS... SANTOS... GOL...

SANTOS... SANTOS... GOL...

As mais belas poesias são escritas com lápis negros em páginas brancas. É com esta frase que escutei no filme “SANTOS, 100 ANOS DE FUTEBOL ARTE...” Que começo minha homenagem ao Santos.

Não sei bem quando comecei a torcer pelo Santos, minhas memórias levam-me a duas datas: 1978 quando surgiu a primeira geração dos Meninos da Vila e 1983 quando o Santos decidiu, e infelizmente perdeu, a final do Brasileiro de 1983.

Acho que foi em 1978, quando aos 8 anos eu tinha algumas camisetas brancas, que eram mais baratas, e pedia ao meu saudoso pai, seu Joaquim, que comprasse distintivos do Santos e números pretos, que caprichosamente eram costurados nas camisetas pela minha avó Adelina ou para os mais íntimos “dona Dilina”. Consegui deste jeito 4 camisas do Santos

E como naquela época os rachas do nosso bairro eram formados por times com um goleiro e quatro na linha, pude dizer que joguei no Santos.

Alguns podem perguntar como alguém que nasce no Ceará torce Santos, um time paulista. Mas o Santos, como grandes times, fazem parte daquele seleto grupo de times que não pertencem a uma cidade ou a um estado. Pertencem ao país e ao mundo.

E como a maioria dos meninos que nascem no Nordeste, em virtude das ausências dos times de nossos estados em grande competições, adotei o Santos para torcer. Posso ter simpatia por outros times, mas somente por dois eu torço, por dois eu vibro, por dois eu choro quando escuto os acordes dos seus hinos: Ceará e Santos.

As histórias que meu pai contava extasiado dos jogos do time do Santos formado por Pelé, Pepe, Coutinho e Mengálvio também me ajudaram nesta escolha.

Mas hoje é dia do Santos, aliás, não é apenas um dia, são 100 anos.

Páginas brancas, assim são as camisas do Santos, camisas em que foram escritas as mais belas histórias do futebol. Escritas com a negritude de Pelé, Coutinho, Mengalvio, Juari, Serginho Chulapa, Paulo Isidoro, Robinho, Alex, Danilo, Neymar.

Mas o manto branco também vestiu e veste jogadores de todas as raças. De raça, de talento, de arte, como Pepe, Zito, Gilmar, Carlos Alberto, Rodolfo Rodriguez, Diego, Paulo Henrique Ganso, Léo, Helano, Robert, Renato, Giovani, Pita.

Qual time do Brasil ou do mundo eu poderia citar tantos jogadores e sabendo que consciente ou por esquecimento deixei de citar outros tantos que fizeram a história do Santos.

Não assisti aos jogos da geração de Pelé, mas Deus na sua sabedoria fez que Pelé surgisse quase no mesmo momento que as televisões começaram a transmitir jogos. E que sorte que as transmissões eram em preto e branco. Não creio que seja coincidência, mas sim o dedo de Deus, pois para assistir ao futebol daquela época, bastavam duas cores: a branca para ver a camisa do Santos e a negra para ver Pelé. As cores dos outros times não importavam, pois naquela época como agora “Quem dá bola é o Santos”.

O forte do Santos não é raça, claro que o Santos tem raça necessário. Mas raça é um jargão comum que os outros times falam: “vamos jogar com garra, com raça”. Nós Santistas preferimos a arte, o espetáculo, a magia, o improviso, a alegria. Já tivemos vitórias sofridas, e elas são sim prazerosas. Mas preferimos as vitórias que elas venham com pedaladas, com dribles, com as famosas tabelinhas das duplas que só o Santos produz.

Vitórias de 1 gol tem valor, mas preferimos fazer 4, 5, 6. 10.

Assim é o Santos. O Santos de 100 anos, o Santos de mais de 11.000 gols, o Santos dos mais importantes títulos, o Santos da ousadia, o Santos da alegria dos seus meninos.

O Santos completa 100 anos, mas é um eterno menino...Um MENINO DA VILA...

NASCER, VIVER E NO SANTOS MORRER... É UM ORGULHO QUE NEM TODOS PODEM TER

FMBARBOSA
Enviado por FMBARBOSA em 14/04/2012
Reeditado em 14/04/2012
Código do texto: T3612394