ALMA VIRTUAL!

Como é fácil ter uma boa imagem virtual, onde só aparecem o “bem me quer” em pequenos elogios femininos, enquanto o “mal me quer” entra como spam ou nun click, é excluído ou nunca parecerá on line. Onde parecer ser amado é estar rodeado de mulheres (também virtuais) e suas palavras afetuosas, carinhos, lisonjeiras, às vezes, sutilmente paqueradoras.

Mas o ser dos bastidores molda sua figura sempre em primeira pessoa, e nas tardias horas da noite e madrugada a dentro, busca uma alma que complete a sua, tão cotidianamente exposta. Porém a alma insone que procura, não consegue achar sua gêmea, para poder sair por ai em sonhos, voando entre as nuvens de todas as cores. Deitar ao luar e contar as estrelas que declama tantas vezes. Sentir o vento frio ou gelado das noites de inverno em sua varanda. Ouvir seus insetos e bichanos nas noites nubladas e serenadas das caminhadas pelas serras onde habita. Sua busca é infrutífera por que no mundo real, o poeta, não é tão sublime, romântico, carinhoso como se mostra na internet. Ele tem um jeito de ser ranzinza, rabugento, impaciente e crítico da vida alheia. Gosta da solidão de seu cantinho, do silêncio e de seu mundo particular, por vezes impenetrável. Poucos, ou poucas, tiverem o privilégio de conhecer

esse santuário. Tão controverso esse escritor, tão cheio de encantos ao se expor em palavras, mas tão avesso ao contato puro e simples, light, o deixar fluir. Desperta amores, paixões obcecadas, e por vezes “loucas de pedra”, que se mantêm em sua cola por longos anos, até um definitivo “me erre”. Uma pergunta que não quer calar:

quem? Ou quais, foram seus reais amores? Suas profundas inspirações?

Não importa. Pois é um encanto perceber sua “alma” nos seus inúmeros textos. E é por ela, que nos apaixonamos todos os dias.

Irene Freitas

17/04/2012

irenefreitas
Enviado por irenefreitas em 17/04/2012
Código do texto: T3617886
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