MANUEL FOI PRO CÉU

Na década de 90 Ed Mota cantava um hit cujo refrão grudou nas cabeças da minha geração: "Manuel foi pro céu". Nestes dias me lembrei desta música por causa de uma dolorosa perda: Manuel Firmino, amado irmão em Cristo, que partiu desta vida.

Encontrei nele virtudes reunidas que, infelizmente, não vi muito na igreja em mais de duas décadas: prestatividade, fervor, cuidado com o próximo, paixão evangelística e um vigor capaz de envergonhar tantos jovens letárgicos que encontramos por aí.

Manuel rompia com o modelo de crente burocrático, que bate o ponto nas programações da igreja, mas que é imprestável para qualquer obra que exija um envolvimento mais pessoal. Ele era voluntarista, "pau pra toda obra". Se oferecia para pintar paredes, limpar banheiros e visitar leprosos com o mesmo ânimo. Era incansável. Tinha 56 anos e um ardor juvenil.

Enquanto pôde trabalhou para o Senhor. Enfermo, visitou doentes. Abatido, foi ao culto. Na véspera de sua morte, já com a voz enfraquecida, cantou um trecho de "Firme nas promessas" (hino 107 da Harpa Cristã). Horas antes de partir, foi perguntado sobre o qual era o seu desejo, além de ser curado. A resposta mostra o homem que era: "Pregar o evangelho pelo o mundo".

Sinto muito sua falta e sei que sentirei muitas vezes. Quando precisar de um companheiro para alguma obra do Senhor olharei para os lados e não verei mais sua mão estendida. Meu consolo, então, será pensar no refrão da música cantada por Ed Mota: "Manuel foi pro céu".

George Gonsalves
Enviado por George Gonsalves em 22/04/2012
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