Meu céu aqui na terra

Sonhava com o amor dos livros, das poesias. O amor que eu acreditava ter lugar nesse mundo. E me perdi, percorrendo caminhos longos e incertos, à procura de um amor verdadeiro.

Conheci muitas pessoas. Quase nenhuma me empolgou. Por querer me dar a chance de tentar encontrar alguém com quem eu tivesse alguma afinidade, algumas delas até me despertaram certo interesse, mas ao ver de perto o que eram e o que pretendiam, continuava minha busca.

Mantive relacionamentos que me decepcionaram, e me fizeram mal. Vivi tumultos neles. Sofri, me angustiei, e encontrei a tristeza várias vezes. O que eu queria, na verdade, ao me deixar padecer numa relação dessas, era fazer mágica para que a pessoa se tornasse o que eu queria.

Devo ter me submetido além do que eu podia a romances que só existiram na minha mente. Sustentei relações unicamente por minha vontade, sem me importar com o tal do “amor próprio”. Até brinquei dizendo que de “amor próprio” eu não queria viver. Eu precisava de mais. E isso me fez, muitas vezes, correr atrás de quem não me queria, ou de quem sequer me merecia.

Vivi ilusões, hoje eu sei. Cheguei a jurar que tinha amado, minha cabeça era uma confusão de sentimentos e eu pensava ter conhecido o amor em sua profundidade.

Desanimei, confesso. Não cria mais em ninguém, em nada. Julguei que não houvesse no mundo alguém pra mim. Era como se eu tivesse sido esquecida na hora em que os pares foram formados.

Mas o inesperado aconteceu. Após a exaustiva busca em que se perdeu a esperança, o destino resolve que é chegada a hora do amor em minha vida. Um encontro me fez deslumbrada e completamente envolvida. Retomei tudo o que pensei saber até agora. Finalmente alcancei o homem que os céus haviam predestinado pra mim.

Antes disso eu não conhecia a felicidade. Não havia amado ninguém. Eu só me enganei. Só me fiz desatenta ao que vivia, na tentativa de não sofrer. Hoje eu posso dizer que amo. Amo verdadeiramente, com devoção, com entrega, com toda a força que há em mim.

E talvez esse amor seja incompreendido por muitos, eu sei. Diriam que vivo uma ilusão. E eu posso até concordar. Por que não? A mais doce ilusão que uma mulher pode viver! Um romance de livros. O amor dos poetas. Inacreditável!

Só vai poder compreendê-lo quem já se sentiu “abestalhado”, utilizando a linguagem “tatibitati” ao telefone; Só vai poder aceitá-lo quem já chorou ouvindo uma música do Bon Jovi, por exemplo; Só vai ter espaço esse amor na visão de quem já se sentiu como se lhe faltasse um pedaço ao estar longe da pessoa amada.

O amor é simples. Ele quer existir, ele vem, arrebata, rende corações, surpreende, e une pessoas que nem sonharam em se conhecer um dia. O amor faz isso. Ele ultrapassa o que for pra se fazer real. Ele quer que as pessoas se entreguem em juras e promessas.

Hoje eu vivo um amor que tem nome. É ele o responsável por tudo o que estou sentindo agora. É ele o homem da minha vida. Isso mesmo: o homem da minha vida! Que já existia nos meus sonhos, nos meus pensamentos e no que eu escrevia do amor. O sonho que carreguei por tantos anos. Nosso amor é uma poesia que ganhou vida. Ele é o meu céu aqui na terra!

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 01/05/2012
Reeditado em 18/05/2012
Código do texto: T3643972
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