FOSTE

A BATISTA DE ZÉ DE BIU

FOSTE

Foste...

E quem de nós, entenderá o porquê.

Foste...

Certo, que também iremos um dia.

Foste...

Se, será uma estrela que nasci,

Ou uma que caí.

O certo é que valeu.

Valeu pela fumaça

Dispersa neste cais.

Pelas palavras silenciadas, (...).

Em que o poeta pecou!

Pelo nu desformal e besta,

De uma cidade...

De um bar...

De uma gente...

Nossa gente!

Valeu!

Foste...

Mas a roda não para!

Outro cigarro está acesso,

Outro copo está erguido,

E os dias amanheceram com um sol,

Tão vivo...

Que caminho, mas longe, talvez até a gruta!

Onde lá Estejam todos!

Foste...

E indo, um vazio ficou,

Ficou o pato,

As burras ficaram,

As ruas e os bêbados ficaram,

O bode ficou...

Ficou uma solidão!

Ficou alguém olhando a praça,

E a praça como cercado,

Cercando nossas almas!

Ficou um tempo em nossos olhos,

E uma memória gasta ficou,

Nas paredes a cal.

Foste...

Mas, o pato saí toda terça de carnaval,

As burras mancas, como o poeta

Tem suas folias, tem os bêbados,

Tem o bode,

Tem essa feia praça cercada...

“onde se viu cercar a praça”

A tua praça e de Carlinhos!

Tem nossa gente...

Foste...

É verdade,

Mas também iremos!

Pode esperar.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 03/05/2012
Reeditado em 18/03/2019
Código do texto: T3648177
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