FOSTE
A BATISTA DE ZÉ DE BIU
FOSTE
Foste...
E quem de nós, entenderá o porquê.
Foste...
Certo, que também iremos um dia.
Foste...
Se, será uma estrela que nasci,
Ou uma que caí.
O certo é que valeu.
Valeu pela fumaça
Dispersa neste cais.
Pelas palavras silenciadas, (...).
Em que o poeta pecou!
Pelo nu desformal e besta,
De uma cidade...
De um bar...
De uma gente...
Nossa gente!
Valeu!
Foste...
Mas a roda não para!
Outro cigarro está acesso,
Outro copo está erguido,
E os dias amanheceram com um sol,
Tão vivo...
Que caminho, mas longe, talvez até a gruta!
Onde lá Estejam todos!
Foste...
E indo, um vazio ficou,
Ficou o pato,
As burras ficaram,
As ruas e os bêbados ficaram,
O bode ficou...
Ficou uma solidão!
Ficou alguém olhando a praça,
E a praça como cercado,
Cercando nossas almas!
Ficou um tempo em nossos olhos,
E uma memória gasta ficou,
Nas paredes a cal.
Foste...
Mas, o pato saí toda terça de carnaval,
As burras mancas, como o poeta
Tem suas folias, tem os bêbados,
Tem o bode,
Tem essa feia praça cercada...
“onde se viu cercar a praça”
A tua praça e de Carlinhos!
Tem nossa gente...
Foste...
É verdade,
Mas também iremos!
Pode esperar.