Seu João, meu sogro

Eita, que seu João não se pôde conhecer,

Mas mesmo assim, foi feito o brinde com a cachaça ardida

Nas notas do violão

Correm gargalhadas soltas,

Imagina se ainda fosse em vida.

Fico olhando o jeitão meio largado

Daquele que também saiu de lá

O tipo de coisa que seu João nem imaginava

Mas elegância nata, é coisa que não se compra e nem se dá

Então eu fico deixando as idéias correndo em volta

Imaginando as serestas sob a lua

Coisa do sangue de quem puxa umas notas

Coisa de filho que canta com a voz solta

Ah, seu João de sangue tinhoso

De perfume na gola e olhar bem lustroso

Na hora da divisão dos atributos do filho

Certeza é que deixou sua marca com gosto.

Mas aviso meu sogro querido,

Que não é sina esta coisa de homem

Se é preciso arder feito pinga em ferida

A briga vai ser feia com seu menino.

Sei que é fala sem chão

Esta minha ladainha

Seu menino, homem feito,

Se atrela nas idéias, se acolhe na paixão.

Eita, seu João quem diria

Que um dia eu estaria por aqui

Imaginando os causos de roda

Criando as falas e a prosa

Então pega a viola e vai para a festa

Que o tatu escapa de novo

Fico aqui proseando, copo tinindo

Quem sabe depois arrisco a seresta

Mas digo uma coisa seu João, meu herói e até salvador

Fez filho de fibra, de porte e de grande valor

Eu toda faceira, olho naqueles olhos de terra

E me derreto toda de amor.

Viu seu João, quanta coisa boa a vida nos dá?

Dá cá mais um gole

Que a vida é curta

Do meu coração, um brinde, ao senhor!

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 22/05/2012
Reeditado em 22/05/2012
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