“Aos meus avós...”
Hoje viajei nas horas, nos minutos, na vida
Nos meus sonhos, sempre uma linha de trem
Lembro da ansiedade, e da alegria sentida
Ao parar na estação, olhar o velhinho que vem
Ainda de madrugada, o céu já cor de laranja
Sem os sons da avenida, sentia do verde o cheiro
A aventura de chegar, provar o sabor da canja
Não sem antes beijar, a velhinha de olhar trigueiro
Ele mostrava a horta, ela a fornada de pão
Dele os olhos tão azuis, que pareciam de vidro
Dela parece que vejo mesma estampa os vestidos
Nunca se separaram, ligados alma e coração
E esse amor verdadeiro, foi para nós ensinado
E das lembranças deixadas, esse é o maior legado
Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.