Avenida ficou livre do peso.

Embora sei que tristeza não orna

No meu jeito pacato de viver

A tarde senti duas lagrimas mornas

Rosto abaixo escorrer.

Senti que a vida vale tão pouco

Morreu Euripedes,um morador de rua

Vi sempre alguem taxar de vagabundo e louco

E eu nem sei se ele apreciava a lua.

Mas agora está livre do despreso

Do poder publico e dos comerciantes

A avenida ficou livre de um peso

Da simplicidade e a rudeza de um semblante.

Diz que a vida da rua escolheu

Nem todos os motivos eu descobri

Dizia que foi depois que a mãe dele morreu

Acredito que nada a favor dele eu decidi.

Lá no ponto de onibus ela ficava

Observando a vida agitada passar

Eu olhava pra ele e sempre pensava

Numa madeira de poder ajudar.

Varios enfartos,quem dele terá saudade?

Naquele ponto sei que vai ficar

Os pombos sem entender a verdade

O teu resto de comida a esperar.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 05/09/2012
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3867181
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